Casa gostosa de viver

Last Updated on: 3rd fevereiro 2023, 05:00 pm

Imagine a cena: você está procurando um novo lugar para morar e sonhando com um apartamento antigo, daqueles com grandes janelas, pé-direito alto e piso de madeira. Eis que surge um imóvel disponível e, ao abrir a porta, você se depara com ele – o tão esperado ‘janelão’. Parece bom demais pra ser verdade?

Bem, a história do apartamento do arquiteto Rogério Cruz Oliveira e da designer Luiza Marçal começa desse jeito, mas não se engane: foi preciso encarar uma intensa reforma para que o resultado ficasse exatamente como os dois idealizaram. “A antiga proprietária deixava as cortinas baixas e as luzes acesas, a cozinha era estreita, havia um lavabo muito pequeno e um único banheiro completo. Mas vimos potencial! E assim nossa imaginação foi chamada para prever como o apê poderia ficar”, eles lembram.

Estimulado pelo desafio de projetar cada canto da casa nova, Rogério aproveitou a chance para colocar em prática muitas das ideias que vinha colecionando em sua mente criativa. Além de reformar as áreas molhadas, mudando a configuração da cozinha e dos banheiros, o arquiteto propôs que uma das paredes da sala fosse substituída por portas de vidro com esquadrias pintadas de branco. A solução ampliou a área de estar e ainda integrou o ateliê de Luiza ao principal ambiente do apê, para que ela não ficasse isolada quando estivesse criando suas peças de cerâmica autoral:

“Eu sempre gostei de trabalhos manuais, como crochê, bordado, colagens… com o tempo fui entendendo que o contato com esse lado criativo me fazia enxergar poesia na vida. E durante a pandemia, surgiu a vontade de criar uma ponte entre o meu mundo interior e o exterior. Foi quando uma amiga estava iniciando seu curso de cerâmica e me convidou para uma aula teste. Ao mesmo tempo, um amigo de Recife me deu uma aula de pintura em cerâmica, que permitia cores mais vibrantes e novos desenhos. A união das técnicas me fez enxergar o potencial de produzir itens decorativos, como as luminárias que agora desenvolvo. E assim nasceu minha marca, a Curiosa”, Luiza conta.

Para o casal, a melhor maneira de conquistar qualidade de vida em casa é conseguir um bom equilíbrio entre funcionalidade e beleza. E esse foi o ponto de partida para a escolha de diversos itens no apartamento, desde o mobiliário até os eletrodomésticos. Na área da sala e do quarto, por exemplo, Rogério fez questão de garantir o melhor conforto térmico possível nas diferentes estações do ano. Por isso desde o momento da reforma ele já previu os pontos para instalação do Ar-Condicionado Split Inverter da Electrolux, que possui as funções de resfriar ou aquecer. “O conforto térmico é fundamental para deixar o ambiente adequado a uma maior permanência nele. Em nosso caso, a escolha dos eletros também foi de acordo com as medidas ideais para o espaço. As condensadoras do ar-condicionado deveriam ter as dimensões exatas para que coubessem em nossa área de serviço, que é bem estreita”, explica.

A cozinha também merece um destaque na história – afinal, foi a partir dela que o projeto teve início. Rogério e Luiza buscavam um revestimento que trouxesse personalidade e aconchego ao mesmo tempo, o que acabou os levando a optar pelo epóxi colorido no piso. “A possibilidade da escolha do tom foi outro atrativo. Amamos o toque de cor do piso mostarda!”, dizem. Como o ambiente foi ampliado durante a reforma, o casal teve a chance de criar uma ilha central, perfeita para cozinharem juntos ou na companhia dos amigos. Para os armários, o morador desenhou novos gabinetes de marcenaria e ao mesmo tempo reaproveitou prateleiras brancas trazidas do antigo apartamento para expor louças e apoiar os eletrodomésticos menores.

Em uma casa onde cada decisão é tomada com tanto carinho e intenção, os objetos decorativos seguem a mesma lógica. Além de reunir diversas peças e protótipos feitos manualmente pela própria Luiza, os espaços trazem uma colcha de retalhos de memórias e relíquias importantes para o casal. São vários itens de afeto, entre eles o baú e livros que eram do avô de Rogério; a mesa de jantar e mesinha lateral dos avós de Luiza; a mesa de cabeceira garimpada pelo pai dela e peças de decoração feitas por amigos. Até as plantinhas têm um passado na família: “Eu fico encantada em ter plantas herdadas da minha avó. É uma parte viva dela que se manteve de maneira literal, mas também de forma subjetiva, no cultivar. Acho uma bela metáfora. Gostamos muito desses objetos que compõem a decoração e são parte da nossa trajetória até aqui. Além daqueles que agora escolhemos juntos”, Luiza fala.

São apenas sete meses de casa nova, mas com tantas histórias vividas e guardadas nesse lar até parece mais tempo. Desde o dia em que os dois se apaixonaram pelo janelão até o próximo jantar na companhia dos amigos, com muitas risadas de fundo e aquele cheirinho gostoso vindo da cozinha.

Texto por Bruna Lourenço | Fotos por Leila Viegas