Foi durante uma viagem de peregrinação ao Peru, em junho de 2019, que a designer de inovação social Ana sentiu que era hora de ter um lar só para si: antes disso, ela sempre dividiu casas com outras pessoas, então essa decisão também representava o desejo de ter o seu próprio espaço, que refletisse seus gostos, histórias e personalidade. Com isso em mente, Ana voltou ao Brasil determinada a buscar o lugar ideal entre os prédios charmosos da região central de São Paulo, como Santa Cecília, Higienópolis e Vila Buarque: “Lembro de ir ao restaurante Orfeu com amigos e dizer que queria morar no Copan ou em algum apê por ali. E foi o que aconteceu. Hoje consigo ver o Copan da janela do meu apartamento”, ela conta.
Antes de encontrar o seu apê atual, Ana visitou outro imóvel com o qual se identificou muito, mas como ele já estava reformado, não havia muitas perspectivas de mudanças para imprimir suas referências ali: “Terminando a visita, notei que haviam outros apartamentos à venda no mesmo prédio e resolvi buscar na internet para ter um comparativo de preço. Foi então que encontrei o meu apê por um custo menor, mas ele precisaria de uma super reforma. Pensei que com a diferença nos valores eu poderia deixar o espaço com a minha cara e, na mesma semana, mandei a minha proposta para o proprietário”, Ana diz.
Para dar forma ao projeto, a moradora contou com as arquitetas Carla e Ana, do escritório MANA Arquitetura, o que resultou em uma parceria perfeita, já que as três valorizam uma vida sustentável, o uso de materiais naturais, a reutilização de objetos já existentes e o trabalho de artistas nacionais. No apê da Ana, o grande destaque nesse sentido vai para os móveis reaproveitados de sua família e a estante de plantas na sala com prateleiras suspensas, que foi feita com a madeira maciça dos armários antigos desinstalados durante a reforma.
De forma geral, a obra não poupou quebra-quebra e deixou os ambientes bem mais integrados e atualizados: no novo layout, a sala de estar e jantar são amplas e separadas apenas pelo jardim vertical. Além disso, com a demolição das paredes, uma coluna de concreto foi descoberta e deu ainda mais charme ao espaço. Outra solução bacana foi o painel de madeira freijó, que além de dar acesso ao quarto de forma camuflada, também abriga um roupeiro e uma estação de home office, que, com a chegada do isolamento social, se tornou parte fundamental do apê.
A decoração é composta em sua maioria por móveis que Ana e sua família já possuíam, como a mesa de jantar que estava na casa de seus pais e foi restaurada, ou a cômoda amarela, que foi de sua avó e a acompanha desde pequena. Para complementar o visual com peças mais contemporâneas, Ana e as arquitetas do projeto procuraram priorizar artistas brasileiros, usando itens como o cobogó Mãos, dos Irmãos Campana; a escultura de madeira artesanal; o estandarte bordado à mão pela comunidade das Bordadeiras do Curtume; as obras de Lucas Dupin e Nazareno; e também as fotografias de Júlio Tavares.
Durante a quarentena, Ana decidiu concretizar uma vontade antiga e adotou a cachorrinha Menina, de 12 anos, que logo virou o seu xodó: “O que mais me tocou na história da Menina foi que, mesmo ela tendo uma ótima saúde e sendo uma cachorra super dócil e muito amorosa, ninguém queria adotá-la por conta de sua idade. Mais uma vez entendi que tudo tem seu tempo certo para acontecer. Hoje ela é minha melhor companhia, um amor incondicional. Agradeço todos os dias por esse encontro”, Ana diz.
No apê, todos os dias começam com o passeio de Menina pelo bairro e, só depois, Ana toma seu café, rega as plantas e se dedica ao trabalho, que tem sido feito de casa por conta da pandemia. Com o espaço cheio de memórias e significado — e, agora, em boa companhia — Ana não poderia estar mais feliz em seu lar: “Com certeza esse apartamento e a adoção da Menina são os principais projetos da minha vida até hoje”, ela conclui. * Quer continuar essa história??? Então não perca o Capítulo 2!
Texto por Yasmin Toledo | Fotos por Maura Mello
Oie!! Vocês sabem onde encontro um vaso de cimento igual esse do cactus? Ajudaria muito! Obrigada!
Oi, td bem?
Hum, tem em várias lojas peças similares, desde Leroy Merlin e Cobasi (modelos mais simples), até alguns mais sofisticados, tipo esse aqui: https://bit.ly/2Tr64qF
Bjs
Lindo projeto e apartamento!! Moro na Santa Cecilia e estou procurando um apartamento maior. Se puder indicar a rua, para eu pesquisar, agradeceria!
Oi, tudo bom?
O prédio fica na região da Major Sertório. Bjs
Vocês sabem dizer de onde são essas poltronas/sofás brancos? Eu adorei!
Oi, tudo bom?
Puts, esse sofá era de uma amiga da moradora. Ela comprou ele já usado e decidiu usar com as partes separadas.
Então é mais difícil descobrirmos a loja original. 🙁
Outro apartamento que eu queria morar dentro.
Gostei imenso! Parabéns! A iluminação da mesa de jantar é uma releitura de “plafonds” anos 50 – lindo!!
Adorei a reforma. Qual é a cor da tinta rosa usada na cozinha?
Oi, tudo bom?
A cor usada na cozinha se chama Pote de argila, da marca Coral.
Amanhã vamos mostrar mais fotos da cozinha por aqui. 🙂