Last Updated on: 18th julho 2022, 06:32 pm

Para criar a identidade de seu apartamento de maneira afetiva e pessoal, o designer gráfico Pedro voltou aos tempos de infância e buscou inspiração na casa de sítio que frequentava quando pequeno. Em seu novo lar, o clima de interior com referências do campo e sensação de tranquilidade se faz presente em diversos detalhes, até mesmo na vista da grande janela logo na entrada: a copa de uma árvore na calçada empresta seu verde para integrar a paleta de cores da sala. Junto com a parede de tijolinhos brancos, esse espaço tão aconchegante traduz bastante a essência do lugar, mas é apenas uma prévia do que o apê reserva.

Quando Pedro encontrou o imóvel, o visual era bem diferente. Apesar de espaçoso (120m²), a presença de muitas paredes resultava em um aspecto de labirinto e os móveis e revestimentos também não agradavam ao designer. A reforma ficou por conta do escritório de arquitetura Vapor 324, que teve o cuidado de dosar na medida certa a integração dos cômodos. “Para mim a prioridade era criar ambientes amplos, mas sem cair no clichê de ter uma cozinha toda aberta para o resto do apartamento, queria um meio-termo”, conta o morador. A cozinha, por sinal, foi inteira repensada e, junto com a sala, recebeu os maiores esforços da transformação. Para reforçar a amplitude e melhorar as passagens, várias paredes foram derrubadas, e, dentre todas as novas ideias trazidas pelos arquitetos, o que Pedro mais gostou foi da forma como se deu essa circulação pela casa.

A escolha dos materiais foi determinante para o resultado final, não apenas esteticamente, mas também pelas lembranças que Pedro guarda consigo. “Sempre quis que o apartamento tivesse um clima campestre, que remetesse ao sítio da minha família, onde passei grande parte da minha infância. Para conseguir isso, pensei muito na madeira como elemento principal da decoração, presente em quase todos os móveis e elemento central da composição da cozinha”, explica. Com esse acabamento natural, o apê adquiriu uma rusticidade que reflete também o estilo do designer, e assim Pedro pôde destinar uma boa atenção às cores, já que adora casas coloridas. Em seu lar, o destaque vai para o azul e o verde, que estão nas plantas, nos estofados, nas obras de arte e em trechos da marcenaria.

Os móveis e objetos trazem histórias diferentes e ajudam a dar ainda mais significado aos ambientes. O lustre pendente acima da mesa de jantar foi um achado que Pedro encontrou em uma loja de garimpo; a cristaleira foi um presente da sogra e a mesa de centro de pedra verde e vermelha é um projeto do Estúdio DEIXA. “Acho esse móvel muito maravilhoso. Eu fui junto com as meninas do estúdio em um cemitério de mármore em Taboão da Serra para escolher as peças! Elas fizeram o desenho e a produziram com uma serralheira parceira”, conta o designer.

No processo de montagem de seu lar, Pedro percebeu que herdou de seus pais o apreço pela decoração e pelas obras de arte. Mesmo tendo se mudado há pouco mais de 6 meses, ele já conseguiu deixar seu toque por todos os cantos, dividindo com a casa algumas de suas características. “Acho que o jeito meio despojado, rústico e colorido reflete bem a minha personalidade. No geral, sou uma pessoa bem tranquila e relaxada, mas que valoriza muito a alegria que as cores podem trazer”, ele diz.

Em seu apê, o designer encontra a sensação de aconchego que transforma um imóvel em um lar e são diversos os fatores que ajudam a construir esse bem-estar: a iluminação agradável; os tapetes forrando o chão de madeira; a cozinha integrada, mas não tanto; os pisos charmosos e geladinhos; a varanda interna; e claro, os vários lugares gostosos pra ler e tocar violão.

Fotos por Gisele Rampazzo