Last Updated on: 12th maio 2021, 06:40 pm

Quando a designer de produtos digitais Julia começou a procurar um apartamento para chamar de seu, o primeiro desejo da lista era que o espaço tivesse muita luz natural, então isso ditou sua busca. O que ela ainda não sabia é que iria encontrar um apê melhor do que imaginava, com outros atrativos além da iluminação: “A luz natural preenche o lar com um ar de magia e dá todo um charme a qualquer ambiente. Então quando visitei o apartamento me apaixonei de cara pelos janelões. Por outro lado, o que fez com que eu me encantasse mais ainda foi a planta baixa. A proposta sem nenhuma parede incentivou muito a minha criatividade”, Julia fala.

De fato, ela enxergou o apê como uma tela em branco, onde poderia montar os espaços e dispor os móveis da maneira que melhor funcionasse em seu dia a dia. Sem divisórias fixas atrapalhando a circulação, o imóvel de 53m² pôde ser moldado de acordo com as necessidades de Julia. O home office e o quarto, por exemplo, foram delimitados com a ajuda de um guarda-roupa, mas no futuro essa peça pode ser deslocada se preciso. A área foi tão bem aproveitada que o apartamento não parece pequeno e de quebra tem uma varanda muito confortável.

“Eu me identifico muito com o conceito do estilo escandinavo, que entende um ‘ambiente aconchegante’ como um lugar amplo, com bastante elementos claros para refletir a luz natural, móveis de linhas simples feitos de materiais mais rústicos, alguma textura suave, poucas cores e estas mais sóbrias, e sempre procurando simplicidade e funcionalidade para cada objeto. Tentei imprimir esse estilo adaptando-o à cidade de São Paulo – que de escandinava não tem nada”, Julia brinca. Talvez justamente por viver em uma cidade tão agitada, a designer tenha buscado uma casa que transmita tranquilidade e que a acolha bem ao final do dia, com velas trazendo uma luzinha boa, muitas plantas e suas cores favoritas.

Julia queria móveis de madeira clara, que traduzissem essa sensação de acolhimento, mas não estava encontrando peças como imaginava, então ela acabou montando sozinha algumas coisas, como o bar com mão-francesa e a mesa de cavaletes do escritório. “Eu até cheguei a pesquisar móveis já prontos, mas nunca achava nada do jeito que queria, então decidi garimpar os materiais separadamente. Demorou um pouco mais para encontrar as peças certas, mas no final fiquei feliz com o resultado e consegui economizar bastante”, ela diz.

O apê é recheado de pequenos detalhes e achadinhos de decoração – alguns são presentes de pessoas queridas, outros são garimpos feitos ao longo dos anos em passeios ou feirinhas, além de viagens, mercadinhos de interior, lojas de bairro e ateliês de amigos. “Para mim, esses lugares definitivamente são os meus favoritos para encontrar peças únicas e cheias de personalidade”. Quanto às cores, Julia se inspirou no concreto exposto do projeto original para definir os tons de cinza, bege e branco que usaria na decoração, complementando a mistura com alguns elementos em rosa para trazer calor à casa.

Um dos destaques do apartamento é a parede do quarto, revestida com uma dupla de papéis de parede de linho da marca branco. papel de parede. A moradora viu essa composição online e gostou bastante, então decidiu ousar e a aplicou na área atrás da cama. “O papel de parede com certeza deu o acabamento que o quarto estava precisando. Antes dele, era apenas mais uma parede branca que não conseguia causar o impacto de hoje. Agora o papel é a primeira coisa que se vê ao abrir a porta. E o mais lindo é que no fim do dia, quando o sol está se pondo, por apenas alguns minutos, entra uma luz laranja pela janela e, em conjunto com o rosa, cria-se um brilho único no apê inteiro. É meu momento favorito do dia dentro de casa”, ela conta.

No fim, o apartamento como um todo ficou exatamente do jeito que a moradora queria. Desde o início ela tinha definido o que gostaria de sentir toda vez que chegasse em casa. “Aquela sensação de conforto, sabe? E eu sabia que para isso não precisava de muito, nada de mudanças drásticas, reformas ou algo do tipo, mas paciência para pesquisar e garimpar móveis e objetos de decoração. E de fato, hoje, sempre que chego em casa da rua, sinto um ‘abraço’, algo que me convida a ficar”.

Fotos por Rafaela Paoli