Last Updated on: 13th maio 2021, 03:56 pm

No vai e vem acelerado da rua Teodoro Sampaio, em meio a lojas, ônibus e calçadas lotadas, pouca gente repara em um prédio antiguinho com fachada bege, mas foi ali que a arquiteta e urbanista Daniella construiu seu lar doce lar ao lado do namorado, o também arquiteto Paulo. Iluminado, acolhedor e surpreendentemente silencioso, o apartamento de 50m² deixa toda a bagunça da cidade da porta pra fora. E olha que esse não é o único encanto do apê.

“Procurávamos um apê perto do metrô com boa iluminação e ventilação. O orçamento era curto, por isso estávamos dispostos a encarar um imóvel mais barato, meio detonado, que pudesse ser reformado para ficar do nosso jeito”, Dani conta. Isso explica porque o casal gostou tanto das janelas, da claridade e do pé-direito alto da sala. Para completar, o apartamento ainda tem uma pequena varanda que ajuda a isolar a agitação da rua. “Quando fomos atrás das plantas originais para iniciar a reforma, descobrimos que o projeto é do Hélio Duarte, arquiteto que admiramos muito. Mesmo o prédio estando velhinho, ele virou o nosso xodó”, ela completa.

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Quando Dani e Paulo começaram a obra, o apartamento estava totalmente diferente. Os revestimentos dos anos 50 haviam sido substituídos, os tacos de madeira foram retirados e as janelas já não funcionavam direito. Isso sem contar a distribuição dos cômodos: o banheiro era grande sem necessidade, a área de serviço não tinha espaço para uma máquina de lavar e a cozinha ficava separada da sala, o que a tornava mais escura. Inspirado pelo desafio, em seis meses o casal realizou uma verdadeira revolução na arquitetura e na decoração do apê.

A cozinha, antes escondida, virou o centro das atenções quando os arquitetos retiraram as paredes que a sufocavam. Outra ideia inteligente foi juntar a área de serviço ao mesmo ambiente por meio de uma bancada contínua, trazendo mais funcionalidade ao dia a dia. A parte elétrica e hidráulica foi refeita, os caixilhos foram trocados e novos acabamentos entraram em cena, mudando por completo o visual do espaço.

“Nossa maior frustração foi encontrar o apartamento já sem os revestimentos originais. Sem poder repor o antigo piso, de cerâmica vermelha hexagonal, acabamos optando pelo ladrilho hidráulico hexagonal e brincamos com as cores. Esse material pesava no orçamento, então queríamos equilibrá-lo com um revestimento de parede mais em conta, como os azulejos brancos. Foi uma decisão acertada. Além disso, tanto na cozinha como no banheiro não azulejamos todas as paredes nem levamos o acabamento até o teto, o que dá uma sensação maior de aconchego, pois deixa os ambientes menos frios, além de reduzir os custos”, Dani diz.

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* Segredos que fazem os espaços parecerem maiores

Segundo os moradores, a iluminação natural e a integração total são bons truques para ampliar os ambientes visualmente. “As janelas grandes, a orientação noroeste e o pé-direito alto trazem uma luz linda, especialmente no fim da tarde. A substituição do caixilho da área de serviço e a abertura da cozinha deixaram os cômodos ainda mais claros e amplos. Além disso, integramos dois espaços que estavam presentes na planta original, mas que não eram necessários em um apartamento pequeno: o hall de entrada e o hall do quarto. Esta alteração deixou a sala menos recortada, parecendo mais espaçosa e até liberou área para a criação de um closet no quarto”.

O casal elaborou o projeto contando os centímetros na ponta do lápis, por isso escolheu materiais com espessura reduzida, como a placa cimentícia de apenas 1,5 cm que serve de ‘parede’ entre a mesa de jantar e a geladeira, mais escondidinha. “Por fim, procuramos escolher móveis com medidas adequadas às dimensões do apê e de aparência leve. A mesa de vidro, a cadeira de palha e o sofá sem braços e com pés finos – que permitem a visualização de mais área de piso – fazem o espaço parecer maior”.

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Paulo nasceu em Porto, uma das maiores cidades de Portugal, e seus pais ainda vivem lá, então o casal viaja com frequência para visitar os familiares do arquiteto. Nessas viagens, uma das grandes diversões dos dois é garimpar objetos para a casa, como utensílios de cozinha, ingredientes diferentes, enfeites… “O que o Paulo traz de mais português é o apego pela família. Mesmo estando longe, mantém uma relação muito próxima com os pais, irmãos e avós. Além disso, construiu um vínculo muito forte com a minha família também. Gostamos de estar juntos, de ter a casa cheia. Como manda a tradição, esses encontros costumam girar em volta de uma mesa farta. Nossa satisfação é ver todos à vontade, acolhidos por nós e pela casa”, Dani revela.

Agora que você já se inspirou com a história e com as ideias da Dani e do Paulo, veja também a deliciosa receita de pastéis de nata (também conhecidos como Pasteizinhos de Belém) que ela preparou para nós.

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Pastéis de nata

Ingredientes:

• 300 g de massa folhada congelada
• 2 colheres (sopa) de farinha peneirada
• 1 ½ xícara (chá) de leite integral
• ½ xícara (chá) de açúcar peneirado
• 1 rama de canela
• ¼ de tampa de essência de baunilha
• 3 gemas peneiradas
• Casca de meio limão

Modo de preparo:

Deixe a massa folhada descongelar por aproximadamente 1 hora. Pré-aqueça o forno a 220°C – se for forno a gás pode ser uma temperatura mais alta.

Em uma panela média dissolva a farinha no leite aos poucos. Junte a canela e a casca de limão. Coloque em fogo baixo sem deixar ferver, apenas para cozinhar a farinha.

Junte o açúcar e a baunilha, sempre mexendo. Desligue o fogo e retire a canela e a casca de limão.

Coloque as gemas aos poucos, mexendo sempre para não cozinharem. Reserve e deixe esfriar.

Abra a massa folhada e enrole formando um cilindro com comprimento igual ao lado maior da massa. Corte em fatias de aproximadamente 2,5cm e forre formas de empada de maneira homogênea, até a borda. Distribua o creme nas forminhas deixando mais ou menos 1cm de borda sem recheio.

Asse por aproximadamente 15 minutos, ligando o grill nos 5 minutos finais para dourar o creme.

Espere esfriar por 5 minutos e desenforme. Sirva ainda morno, polvilhado com canela.

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Fotos por Rafaela Paoli