Last Updated on: 30th abril 2024, 10:59 am

Ao atravessar a porta azul em formato de arco desta casa, é natural sentir-se transportado para algum vilarejo no litoral de Trancoso, ou até mesmo da Grécia. Cada detalhe do espaço é capaz de encantar os visitantes, desde o piso de ladrilhos em cores alternadas entre azul, branco e ocre, até as ondulações do acabamento das paredes, o verde das plantas e as janelas antigas de madeira pintada. Por mais incrível que pareça, a casa da gestora ambiental Jéssica Campanha fica em São Paulo, no bairro do Ipiranga, e o pequeno jardim da entrada é só uma prévia de toda a beleza que ainda aguarda do lado de dentro.

“Eu não pretendia comprar um imóvel porque assumi que nenhuma casa seria como nos meus sonhos, e se encontrasse um lugar como gostaria, estaria fora do meu orçamento. No entanto, costumava ver anúncios de aluguéis e de casas à venda que chegavam no meu e-mail, e assim notei a casinha. Era antiga e na época estava bem feia, quase que abandonada, mas em uma localização ótima. Ela é uma referência no bairro por sua idade. Fiquei empolgadíssima de repente!”, conta a moradora.

Uma casa pra quem sonha em morar na praia | Capítulo 1
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Casa charmosa com clima de praia e janelas coloridas em São Paulo
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Uma casa pra quem sonha em morar na praia | Capítulo 1

Entre a descrição de como o imóvel estava quando foi encontrado por Jéssica e sua realidade atual, há bastante diferença: o forro de gesso estava ruim; os tacos, estufados; o contrapiso da área externa era torto e as louças do banheiro e cozinha eram das mais simples. Ainda assim, a estrutura e o telhado da casa estavam excelentes e na reforma ela buscou manter muitos elementos originais, valorizando a ação do tempo e os materiais próprios da época da construção, e que hoje não são tão facilmente encontrados. Tijolinhos, caibros e vigas foram cuidadosamente descascados, lavados e pintados de branco. E sem forro, o pé-direito alto ficou ainda mais evidente.

É possível ver os escritos nas telhas de cerâmica enquanto me deito para dormir

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A obra durou apenas 9 semanas, excepcionalmente rápida, um tanto por conta de um talento escondido: como os pais de Jess sempre tiveram loja de material de construção, ela já estava à vontade com o universo das reformas, e sabia como acompanhar tudo de perto, tomar decisões rápidas, disponibilizar os materiais necessários e até literalmente colocar a mão na massa. “O profissionalismo dos trabalhadores da obra somado a esses outros fatores resultou em muita celeridade”, Jéssica recorda.

Como trabalha com gestão ambiental, ela fez questão de calcular o impacto direto e indireto de sua obra. Caminhões, caçambas de lixo, materiais, combustíveis fósseis, energia elétrica, e até o transporte dos trabalhadores entraram na conta. “É um consumo risível perto das operações industriais com as quais eu trabalho, mas é importante mensurar para reconhecer e lembrar a existência dos impactos ambientais, mesmo na realização dos nossos sonhos. A reforma da casinha foi responsável pela emissão direta e indireta de cerca de 8 toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera terrestre, o que equivale ao carbono fixado por 43 novas árvores ao longo do seu crescimento”.

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Na nova configuração da casa, Jéssica priorizou ao máximo a ideia de conceito aberto, sem que os limites entre os cômodos ficassem muito definidos. Para isso, ela dividiu o espaço entre dois macros ambientes: um mais íntimo, onde pode se deitar no sofá, assistir TV e dormir em sua cama; e outro mais social, para receber seus amigos, cozinhar e ficar no jardim. O grande desafio, entre tudo isso, acabou sendo o banheiro, já que Jess não queria perder o efeito integrado do lar. Por fim, ela precisou mudar a caixa d’água de lugar, e agora até mesmo nesse espaço não há portas, apenas cortinas escondendo as áreas do vaso sanitário e do box.

E um detalhe divertido dessa história: durante todo o tempo de compra e reforma da casinha, Jéssica manteve segredo do que acontecia. “Eu fiz surpresa para a família e os amigos. Ficaram embasbacados com o antes e o depois. Esse sentimento eu tive no dia em que me apropriei da casa a partir da minha visualização, e foi incrível compartilhar isso com as minhas pessoas queridas depois”.

Continua no Capítulo 2

Texto por Yasmin Toledo | Fotos por Estúdio Pulpo