Decoração minimalista onde os quadros viram protagonistas

Last Updated on: 11th março 2024, 05:42 pm

Quem já flertou com o estilo de vida nômade vai se identificar com a história da arquiteta Olga Dornelles e do psicólogo Daniel Caminha. Os dois são de Porto Alegre, mas durante a pandemia eles aproveitaram a oportunidade de trabalhar de forma remota para viver o sonho de morar em diferentes cidades pelo Brasil – um tempinho em cada uma. O casal pegou o carro, as malas e o cachorro Veludo, e fez paradas no Rio de Janeiro, Itacaré, Praia do Forte e, por último, São Paulo, onde decidiram ficar de vez. Porém, mesmo tendo escolhido uma única cidade para fincar raízes, Olga e Daniel ainda conseguiram viver uma experiência nômade, trocando de endereços com frequência.

“Durante os primeiros 7 meses em SP, moramos em vários Airbnbs para conhecer diferentes bairros. Foi muito interessante pra mim, como arquiteta, viver em tantas casas distintas e perceber o quanto cada lugar influenciava em nosso bem-estar. Mas, depois de um tempo, sentimos falta de ter um lar com nossa identidade, então começamos a buscar algo fixo”, Olga lembra.

Entre os critérios de escolha para o apartamento que os dois consideravam ideal, estavam: muita luz natural, ambientes amplos, uma rua gostosa e um prédio agradável. Com todos os itens da lista preenchidos pelo apê atual, chegou a hora divertida de criar uma decoração que traduzisse o estilo de cada um. Como eles chegaram em São Paulo apenas com as malas, praticamente todo o mobiliário é composto por peças novas – com exceção dos tapetes da sala e do quarto de casal, que foram herdados de suas respectivas avós. Já os objetos decorativos e os livros foram trazidos posteriormente de Porto Alegre e ajudam a desenhar a alma da casa.

O repertório de Olga como arquiteta e fundadora do Estúdio Dozi fez com que esse processo de concepção da casa nova acontecesse de maneira muito leve e natural. “Como o apartamento é alugado, nossa ideia foi usar mobiliários soltos que fossem versáteis, confortáveis e com personalidade. Gosto bastante de peças atemporais e minimalistas, como o banco Bertoia e as cadeiras Cesca”, explica. Para ela, a arquitetura é sobre se sentir bem em determinado espaço e transformar o lar em um reflexo de quem vive ali, independente se o imóvel é alugado ou não. “Minhas inspirações vêm de uma mistura dos estilos mid-century, hygge e, principalmente, de elementos naturais, por isso uso muito a madeira, tons neutros e alguns pontos de cores primárias”, ela completa.

Um dos recursos do casal para adicionar cor à decoração e também preencher o apartamento com mais camadas de personalidade foi criar uma parede galeria usando os quadros da BOEMI. Com um grande leque de estilos e uma curadoria preciosa de artistas, a BOEMI trouxe todas as possibilidades que Olga buscava para uma composição rica de elementos. “Optei por obras com cores e formas que complementassem a atmosfera minimalista e aconchegante da casa. A diversidade de estilos e temas permitiu que eu encontrasse quadros que se encaixam perfeitamente na decoração, adicionando um toque artístico e contemporâneo ao ambiente”, ela conta. O casal ficou tão feliz com o resultado, que agora é até difícil para eles escolher apenas uma obra como favorita:

Gostamos muito da composição diferentona que fizemos. Justamente pelos variados estilos, instiga várias leituras. As obras transformaram uma parede antes vazia em um ponto multifocal

Para além da decoração e de como cada detalhe traduz o jeito dos moradores, o apartamento foi pensado para abraçar a rotina e os prazeres do casal. Desde receber amigos, trabalhar, assistir TV no projetor ou ler um livro, até criar um espaço para tomar café da manhã próximo à janela com muitas plantinhas. A casa é versátil e se adapta a esses momentos, com diferentes possibilidades de uso – de vez em quando vira ateliê, cinema, playground de cachorro…

Viagens, arte, natureza. Tudo isso serve de inspiração não só na hora de decorar a casa, mas em como Olga e Daniel querem levar a vida. “Gostamos de explorar novos lugares, conhecer diferentes culturas e estilos arquitetônicos. Sem dúvida a arte tem especial importância para nós, porque é a forma como vamos criando expressões e marcando o tempo com símbolos que fazem sentido na nossa história”, ela diz. Por isso os móveis, objetos, quadros e até plantas não foram escolhidos de forma aleatória, aqui tudo é intencional – e com a melhor das intenções: ter um refúgio onde o espírito nômade dá uma pausa para que a beleza da vida cotidiana aconteça.

Texto por Bruna Lourenço | Fotos por Leila Viegas