Um dos critérios da cenógrafa Gigi Barreto para o seu novo lar era morar perto da escola de suas filhas: “Era prioritário vivermos próximo da escola para elas poderem ir a pé”, conta. O imóvel no Flamengo foi e continua sendo a escolha certa, unindo boa localização com uma planta que permite muita fluidez no dia a dia, tanto para ela quanto para as meninas. Acostumada a trazer vida nova para diferentes moradas e a exaltar histórias em seu projeto “CasaVidaCenário”, Gigi dá total liberdade para as filhas ocuparem o apartamento e participarem das decisões de decoração e de tudo mais que entrar em pauta.
O cotidiano das três revela muito afeto e uma relação que tenta, sempre, ser horizontal. Uma das formas que a mãe exerce isso é estimular uma sensação de responsabilidade das meninas com os seus quartos e também com o resto da casa, para se sentirem presentes e ocupantes dentro do apê. E quem percebeu essa dinâmica muito bem foi o artista Incerti, responsável pela incrível pintura no quarto de Clara. Ele retratou, de forma poética e potente, a cumplicidade que existe entre as moradoras da casa.








O resultado é a pintura de três leoas: a mãe envolvendo, com sua cauda, as duas leoas filhotes. A partir dessa arte no teto, o quarto todo ganha toques lúdicos de vermelho, rosa e dourado. A leveza e o cuidado amoroso se misturam com a força e autoconfiança, chegando em um equilíbrio que coloca Clara como protagonista de sua história e de seu espaço no apê. “Esse trabalho expressa, com muita espontaneidade e pulsação, como nós mulheres podemos ser fortes, e que não precisamos estar em um lugar de submissão”, diz Gigi.
A pintura ocupa todo o quarto, seja no teto ou nos detalhes das beiradas e rodapés. O cômodo, bem espaçoso, também reúne diferentes memórias e gostos pessoais da filha: são itens de viagem, plantas e obras de outros artistas também, como Rita Wainer, Pedro Luiz e Getulio Amado. Entre os móveis, alguns garimpados, há um que se destaca na decoração: o coqueiro feito a partir de um arranhador para gatos, idealizado por Guilherme Xavier. O quarto da mãe, por sua vez, ganha força por meio das obras feministas na parede e também das cores que se espalham entre os itens. O importante, para Gigi, era criar um espaço de acolhimento: “Fiz um quarto onde pudesse descansar, me enraizar e me fortalecer”.








A decoração nesse apê só poderia ser carinhosa e criativa. Enquanto o trabalho da diretora artística demanda um olhar aberto às diferentes referências e experiências, o dia a dia dentro de casa mostra que a relação com as filhas e com quem mais passa por ali é baseada no amor. A combinação desses dois fatores resulta na ideia central da moradora sobre o que é um verdadeiro lar: “As pessoas e o afeto”, conta. Muito mais do que morar, Gigi Barreto vive a sua casa, encarando a decoração como um meio para contar histórias e transformando espaços em experiências de vidas reais, que merecem atenção e dedicação únicas.
Texto por Natália Pinheiro | Fotos por Felco
Passava pelo Aterro e ficava imaginando o que tinha por trás dessa sacada Urban Jungle, agora sei e digo: é lindo!
Que demais!!
É um apto muito impressionante, né?
Adorei a decoração, gosto muito de apartamento dos anos 60/70, as vistas do apartamento são fabulosas. Eu conheço o Flamengo, embora seja português.
Que maravilha! Tudo tão bonito e cheio de afecto!!
Gente que apê cheio de personalidade, traduz o amor, força e união das três pessoas, mta criatividade, amei!!!