Last Updated on: 8th fevereiro 2022, 11:19 am

Assim que passamos pela porta do apartamento onde moram Bianca e José, percebemos que aquele espaço foi pensado para ser único, seja pela maioria dos móveis garimpados ou pela disposição do casal de criar paredes com marcenaria feita por eles mesmos. Além da casa em si, o que é ainda mais incrível nessa história é a relação desenvolvida com o bairro. A vista da varanda é o grande charme que completa os encantos do apê, mas a região de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, oferece muito mais: “O bairro em que escolhemos viver, a sua cultura e a forma como nos relacionamos com ele – cada um à sua maneira – torna a casa muito especial”, conta Bia.  

Até a configuração geográfica do bairro carioca interfere, de um jeito interessante, na maneira como o imóvel ocupa o espaço. Pode parecer que o casal mora em um apê térreo, mas não é bem assim: “Santa Teresa é um local de muitas ladeiras, é o caminho para o Cristo Redentor. Então, como tantos outros por aqui, nosso prédio está nivelado com a rua, mas os apartamentos são ‘para baixo’. Estamos em um edifício de quatro andares negativos, e o nosso é o terceiro”, explicam. Além disso, cada apartamento fica quase que ‘colado’ na montanha, proporcionando apenas a vista frontal – pela qual os dois são apaixonados. 

Cômodos integrados e móveis garimpados em apartamento no Rio de Janeiro
Cômodos integrados e móveis garimpados em apartamento no Rio de Janeiro
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É na varanda, inclusive, que o dia começa nesse lar. Assim que acordam, a primeira imagem que Bia e Zé têm são as plantinhas que ficam nessa área. Isso acontece porque o apê não tinha quase nenhuma divisão interna, e uma das poucas paredes foi feita para o quarto, separando esse ambiente mais reservado da sala de estar. Mesmo assim, o espaço é aberto para um dos lados e a parede criada em marcenaria não chega até o teto, exatamente para dar essa sensação de fluidez no cômodo. “Quando nos mudamos, até pensamos em colocar uma cortina crua, de correr, mas até agora não sentimos a necessidade. Como somos apenas nós dois, é funcional e evita um compartimento muito fechado”, dizem. 

Apesar da integração quase completa, foi importante delimitar alguns espaços e momentos para cada um, como é o caso do ambiente de trabalho. “Precisamos de uma certa distância produtiva para reuniões e aulas. Assim, vamos nos dividindo ao longo do dia. Procuramos ter, pelo menos, duas mesas boas e duas áreas de leitura bacanas”, eles contam. E é claro que isso só traz ainda mais qualidade para os momentos em que estão juntos, seja para cozinhar um prato cotidiano ou uma receita especial, por exemplo. Nos dias mais tranquilos, o cardápio já tem um prato que faz a cabeça dos dois: a moqueca de camarão que eles aprenderam a fazer com um amigo baiano.  

Mais espaço para uma vida leve | Capítulo 2
Cômodos integrados e móveis garimpados em apartamento no Rio de Janeiro
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Bia conta que a decoração é fruto de muita pesquisa dela em antiquários, mas que o Zé fica por dentro de tudo o que acontece no apê. “Por sorte, temos um gosto muito similar. Nos inspiramos bastante no que lemos, ouvimos e nas referências culturais e políticas que admiramos. Assim vamos juntando aquilo que nos afeta com o gosto de cada um, até chegarmos em um consenso harmonioso. Mas a palavra final é da Bia (risos)”, brincam. Seja qual for a decisão, o resultado é sempre um lar com muitas histórias para contar por meio de objetos, móveis e também pelas pessoas que passam pela casa deles. “A sala de estar junto com a de jantar é um dos cômodos favoritos, porque é onde socializamos com nossos amigos. Então as histórias circulam por ali, e as memórias também”. 

Entre tantos atrativos no apê, é difícil escolher apenas um canto favorito. “Digamos que é uma casa com muitos corações. Partilhamos dos cantinhos em diferentes momentos do dia e em seus variados usos. Esse é o grande valor da casa, desde a bagunça com os amigos, até a hora de ver uma TV – porque ninguém é de ferro”, dizem. Basta olhar para o apartamento de Bianca e José para entender que seria até injusto eleger um único lugar para chamar de preferido, já que as palavras-chave desse lar são integração e movimento. Porém, o que há de mais singular na casa apenas os moradores conseguem explicar e sentir: “Sem dúvida, o mais bonito deste espaço é a parceria que estabelecemos e toda a energia que dedicamos para que ele tenha se tornado o nosso lar”, finalizam.  

Texto por Natália Pinheiro | Fotos por Felco