Last Updated on: 15th fevereiro 2021, 02:31 pm

Para a arquiteta Cecilia, o desejo de viver em uma casa surgiu aos poucos, a partir da chegada de seu primeiro filho, Tomaz. Ela e o administrador Marcos moravam em um apartamento bem gostoso no Edifício Paulicéia, um marco na arquitetura da cidade de São Paulo, mas com o novo momento da família, a vontade de construir um lar do zero foi tomando forma. E foi exatamente isso o que eles decidiram fazer!

A ideia era comprar um lote e construir duas casas, uma para eles e outra para venda, então o casal passou a procurar um terreno sem pressa, já que não tinham urgência para se mudar. “Isso foi engraçado, porque eu tinha que pensar em uma casa ideal para mim, e uma mais genérica, para alguém que eu não conhecia, um possível comprador. Por fim, achamos esse lote, que era adequado para isso. Foi muito bom pensar nessa construção do zero”, conta Cecília. Nesse meio-tempo, a família cresceu e hoje ela vive com o marido e seus dois filhos, Tomaz e Pedro.

Na época, Ceci fazia parte do escritório CR2 Arquitetura, pelo qual abraçou o projeto junto de sua então sócia, Clara Reynaldo. Apesar de já estar acostumada com todo o processo de construir um espaço, isso não significa que a arquiteta não tenha sentido aquele frio na barriga na hora de tomar as decisões. Afinal, dessa vez tudo foi pensado para o bem-estar de sua própria família. “Eu tinha medo de o Tomaz estranhar morar em uma casa, mas rapidamente a gente se ajustou aos novos ambientes, foi tudo muito curtido”, ela diz. 

Como se trata de uma casa geminada dos dois lados que corria o risco de ficar escura, a moradora levou a questão da luminosidade realmente a sério, por isso os ambientes possuem muitos fechamentos em vidro, claraboias e janelas que se abrem totalmente. Outro fator importante foi a escolha dos materiais: desde o começo, a premissa era uma obra barata e com itens simples. Elementos como lajes pré-fabricadas, piso de concreto polido e pintura epóxi nos banheiros ajudaram a conciliar a verba com a estética que o casal tinha em mente.

Na sala, que na verdade é um amplo ambiente sem divisórias fixas, a estante verde é a grande estrela, estendendo-se por toda a parede principal e guardando objetos especiais da família, como livros, fotografias e lembranças de viagens. Ali, a praticidade, o conforto e a história são tão importantes quanto a beleza do espaço, por isso a decoração é formada por um mix de móveis herdados, peças atuais, plantas e objetos de afeto.

Para Ceci, esse lar traz de volta algumas sensações que ela tinha em sua infância, quando vivia com seus pais em uma casa espaçosa no Pacaembu. Os vizinhos legais, o guarda da rua, o verdureiro e o afiador de facas passando pela calçada fazem parte dessa experiência. Tanto que, mesmo com o tempo fechado, não há lugar melhor para se estar: “A casa é muito gostosa até nos dias de chuva. Dá para abrir tudo e sentir o frescor lá fora sem se molhar”, ela fala. * Gostou do tour e quer conhecer os outros ambientes? Então não perca o Capítulo 2!

Fotos por Maura Mello

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