Last Updated on: 14th maio 2021, 04:42 pm
Quem toca pela primeira vez a campainha do apartamento do barista Taniel, no bairro de Santa Cecília, com certeza se depara com uma surpresa quando a porta se abre. Do lado de dentro, as plantas dominam o espaço de apenas 42m², deixando claro que o lugar não é lar apenas para ele, mas também para inúmeras espécies distribuídas em cestos de palha e cachepôs. “Logo que entrei no apê, sabia que queria ter muitas plantas. Fui criado no interior, rodeado delas e de animais, mas nunca imaginei chegar à proporção que tenho hoje”, revela o morador. Atualmente, sua coleção com exemplares raros e sua experiência o colocam como referência no assunto, tanto em sua rede de amigos, quanto na de colecionadores.
Vivendo em São Paulo há cerca de 10 anos, Taniel cresceu no Rio Grande do Sul e é de lá que traz o seu apreço pela flora. “Minha família sempre teve muitas plantas e eu ajudava a minha mãe a cuidar, podar e regar, então o gosto vem daí”, conta o barista. Mesmo com o interesse antigo, foi só quando decidiu morar sozinho e se mudou para o atual endereço, 4 anos atrás, que ele conseguiu concretizar o desejo de viver em meio a tanto verde. De início, o apê teve uma fase bem crua, com poucos móveis, mas a partir do 3º dia de casa nova, o gaúcho já começou a povoá-la com os primeiros vasos. Desde então, nunca mais parou.
Com um espaço reduzido, Taniel preocupou-se primeiro com o essencial: sua cama e alguns eletrodomésticos. A mesa na sala, que funciona como um home office integrado, veio a princípio como um “quebra-galho”, mas ele acabou gostando e nunca chegou a trocar. Como queria uma casa clara, com predominância da cor das folhagens, o colecionador manteve as paredes brancas e escolheu a madeira como material para molduras de quadros e móveis. Para driblar a pouca metragem na hora de acomodar as plantas, hangers, prateleiras e suportes de piso foram soluções interessantes, mas Taniel alerta: “É importante saber se o ambiente comporta a planta de maneira confortável para ela e se a luz é suficiente”.
Sobre os cuidados, o barista dedica bastante tempo ao bem-estar de suas espécies, não só com a mão na massa, mas também lendo sobre o assunto e entendendo como cada uma delas responde a seus estímulos. “Algumas gostam do solo um pouco mais úmido, então essas eu deixo mais próximas, para manter a umidade do local; outras curtem um clima mais tropical, então uso um umidificador de ar para dar uma ajuda extra. Levo cerca de duas horas com cuidados. Na sacada, tenho plantas que preferem mais claridade e lá também serve como uma UTI. Borrifo água nas folhas para tirar poluição e poeira, já que moro atrás do Minhocão, e a cada dois meses eu rego com chorume e mexo a terra para ajudar a entrar ar e trocar de compostos orgânicos”, Taniel conta.
Para o morador, o interesse pelas plantas se tornou ainda mais intenso há cerca de 2 anos, quando ele realmente se propôs a ir em busca de exemplares raros que colocou em sua lista de desejos. Muitas vezes a procura por uma muda implica em insistentes negociações de venda ou troca e, quando a encomenda vem de longe, existe o risco de tudo ir por água abaixo caso a transportadora acabe atrasando a entrega. Ainda assim, o colecionador afirma que não pensa em suas espécies como investimentos: ele cultiva porque gosta. Simples assim.
Entre suas espécies preferidas estão a Anthurium Melanochrysum e algumas do gênero Philodendron, como sua spiritus sancti, uma das mais raras da coleção. Já entre os objetos, Taniel gosta muito das fotografias que tem de alguns artistas e amigos, e destaca também seu novo item decorativo: um boneco do personagem Woody que seu sobrinho deixou em sua casa para buscar em 2020 (o pequeno mora no Rio Grande do Sul e por isso eles só se veem uma vez ao ano). Para Taniel, sua casa representa seu lado mais introspectivo e entrar nela é como estar em outro universo: “Me deixa feliz ver uma folha nova nascendo, ficar algumas horas regando e retirando folhas amarelas. Relaxa e acalma minha cabeça, que pensa demais”.
Fotos por Gisele Rampazzo
Na vdd o certo seria o nome do genêro em maiúscula e o epíteto de espécie em minúscula.
Alguma dica do Taniel sobre onde consigo comprar o philodendron spiritus Sancti?
Oi Angelo, tudo bom?
Na verdade essa foi uma das plantas mais difíceis dele conseguir. Às vezes ele até compra do exterior, por exemplo. Acho que vale pesquisar online em sites bem especializados, de colecionadores mesmo. Bjs
Incrível e encantador! De onde é a gravura de um Masai (eu acho), em preto e branco?
Oi Dani, tudo bem? Uma graça esse apto mesmo. Na verdade esse quadro é uma fotografia do Sebastião Salgado. Bjs
esse apartamento encanta! vontade de saber todas as espécies!!!
Muito incrível né? Realmente dá vontade de perguntar o nome de todas para o Taniel 🙂
Ei pessoal, linda a matéria…só uma correção de bióloga se me permitem: nome científico tem q ser escrito em itálico e o epíteto de gênero sempre em maiúscula enquanto o epíteto de espécie com letra minúscula! Abraços
Oi!!
Ah, obrigada por avisar. Editamos por aqui (espero que a gente tenha acertado na edição, rs). Beijos
E quem cuida quando tu viaja? Essa sempre é minha preocupação nas férias! Achar uma alma pra molhar as plantas. Lindo ap. Parabéns!
Oi Susana, tudo bom?
Você acredita que o Taniel prefere nem viajar para cuidar de pertinho das plantas? Como ele tem espécies muito raras, fica com receio de deixar aos cuidados de outra pessoa. Mas daqui a pouco vai até existir ‘plant sitter’ por aí, rs… 🙂
Ai, gente, que beleza! Esse moço não tem uma conta no instagram pra compartilhar as dicas sobre plantas? #queremos
Hahaha, demais né? Tem sim…
Aí vai: https://www.instagram.com/toy.taniel/ 🙂
Ah, que festa das plantas!! Amei demais!! Minha casinha tá caminhando pra isso. Adoooro!! Rsrs
Minha maior preocupação quanto a me mudar para um apartamento era essa, eu disse era, levarei minhas plantinhas
É super possível ter plantas em apartamento! Não deixa as suas não, leva sim… 🙂
Fantástico! Adorei.