Last Updated on: 4th maio 2021, 02:38 pm

Andreza e Ildefonso encontraram o apartamento em que vivem hoje há 7 anos e desde o início sabiam que a decoração seguiria o estilo urbano dos lofts. Com poucas paredes, bastante luz natural e objetos coloridos em todos os cômodos, a morada do casal e de sua filha Nina é funcional e divertida na medida certa. Se você ainda não viu a primeira matéria que fizemos sobre esse lar de família, leia aqui o Capítulo 1.

Assim como aconteceu no térreo, o segundo andar do duplex também passou por diversas alterações estruturais antes que Drê e Sito se mudassem de fato. Uma delas foi na própria escada, pintada de preto para ganhar um ar mais industrial. A princípio o guarda-corpo escolhido pelos moradores era feito apenas de cabos de aço, porém a chegada de Nina os levou a instalar placas de vidro para garantir mais segurança. Um detalhe que atrai o olhar de imediato nesse espaço é o grafite assinado pelo artista Rodrigo Level, indicado por uma amiga. Seu trabalho possui traços delicados e é ligado ao universo feminino, então fez todo o sentido para o casal, pois na época Andreza já estava grávida.

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Atualmente o piso superior se divide em quatro funções: um home office adaptado no pequeno corredor no topo da escada; a suíte principal, que inclui um banheiro totalmente aberto; e o quarto de Nina – esse cômodo, um dos mais diferentes do apê, foi ocupado por seus pais durante um bom tempo.

No projeto original o ambiente servia de mezanino, por isso ali não havia um fechamento propriamente dito, apenas a continuação do guarda-corpo. Drê e Sito adoravam a sensação de profundidade e integração daquele canto, mas ao mesmo tempo pensavam que o lugar seria mais bem aproveitado de outra forma. A solução foi criar uma parede inteirinha de vidro, do piso ao teto, e instalar uma cortina blackout para barrar a luminosidade à noite. De tão bacana o “quarto-aquário” acabou virando o dormitório oficial do casal nos primeiros anos de apartamento, enquanto o espaço ao lado não tinha nada além de um futon no chão, uma luminária e alguns livros espalhados. As coisas só mudaram após o nascimento de Nina – agora quem comanda a “caixa de vidro” é ela.

O sentimento de liberdade que as amplas aberturas trazem permite que a pequena moradora enxergue o mundo de um jeito único: “Entendemos desde o começo que se a isolássemos muito, ela nunca criaria intimidade com a própria casa e tudo seria sempre uma novidade. Por isso não escondemos livros, objetos, nada disso. Ela pode explorar tudo.”, revela Andreza. Apaixonada por seu mini universo, Nina aproveita muito cada elemento da decoração, seja a estante feita de nichos de madeira, a porta de correr com tinta de lousa ou a cozinha de brinquedo.

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Com uma proposta nada convencional de integração entre a área da cama e a sala de banho, o quarto de Drê e Sito é sinônimo de intimidade. Durante a reforma eles derrubaram parte da parede para que a banheira de alvenaria ficasse à vista e ainda deslocaram a cuba para mais perto dos armários. Um pouco traumatizados pelo guarda-roupa apertado que tinham no antigo endereço, dessa vez os moradores fizeram questão de montar um closet generoso, onde os dois podem entrar e escolher as peças ao mesmo tempo, sem esbarrões. Como no restante da decoração, que tem base cinza com toques coloridos, o ambiente ganha vida através dos diversos quadros que ocupam a cabeceira e vão até o banheiro.

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Além de casa e refúgio, há algum tempo o apartamento se transformou também no espaço de trabalho de Andreza. Ela, que atuou no mercado publicitário ao longo de 13 anos, descobriu nesse período o desejo de produzir com as próprias mãos: “Parece que quanto mais você abre as caixinhas da criatividade, mais vontade tem de se redescobrir e fazer algo relevante pra você e para o mundo. A publicidade me fez questionar diversas coisas, mas foi uma etapa deliciosa.”. Paralelamente ao emprego, Drê se jogou em cursos na área de moda que envolviam, entre outros temas, concepção de peças e consultoria de estilo. Aí pronto! Ela finalmente encontrou uma profissão que unia o que mais amava.

Andreza seguiu tocando duas, ou melhor, praticamente três, carreiras: na publicidade, como consultora de estilo e ainda desenvolvendo acessórios artesanalmente. A decisão de se dedicar completamente ao trabalho autoral veio após a licença maternidade – engraçado como virar mãe lhe encheu de coragem para arriscar. Além de manter a consultoria, Andreza agora comanda a marca HandMADE by Drê Magalhães, através da qual produz acessórios de moda e décor usando principalmente cordas coloridas e técnicas desenvolvidas por ela mesma.

A mudança de vida se refletiu também na rotina do apê. Para organizar produtos e matérias-primas, a designer usa o vão sob a escada como estoque improvisado, onde caixas de madeira e papelão garantem que tudo fique à mão. Sem muitas regras na hora de criar, Drê coloca uma música de fundo, espalha seu material sobre a mesa e deixa a imaginação correr solta. O resultado desses momentos costuma ser traduzido em colares, pulseiras, suportes para vasos…

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Poder viver e trabalhar em um lugar com uma energia tão boa não é algo que se conquista facilmente, e o casal sabe disso. Felizes com o lar que conseguiram criar juntos, Drê e Sito continuam apaixonados por cada detalhe, cada quadro, cada livro, cada cor… Na verdade a força das coisas está justamente no conjunto como um todo – unindo objeto por objeto, conseguimos ler direitinho a história dessa família.

Fotos por Alessandro Guimarães