Last Updated on: 12th fevereiro 2021, 07:14 pm

Em 14 anos vivendo no mesmo endereço, dá tempo de fazer muitas transformações – principalmente quando os moradores já têm no sangue aquele gostinho por mudança, como a artista recifense Joana. Para ela, seu apartamento em São Paulo não é apenas uma morada, e sim uma verdadeira extensão de sua história e suas paixões, por isso é natural que ele não permaneça sempre igual. Ao longo desses quatorze anos, o apê acompanhou diferentes fases de sua vida e testemunhou momentos importantíssimos para Joana, como o nascimento de seus filhos, e até hoje segue em constante mutação.

“Acho que nasci com a palavra renovação tatuada na pele… rs. A cada 2 anos tenho um siricutico, um desejo de mudar algo na casa e revigorar as energias do espaço”, Joana diz. A artista sempre encontra maneiras de transformar o clima do apartamento, mesmo sem fazer grandes reformas, e esse período de quarentena acabou ativando ainda mais o desejo pelo novo. “Recentemente, troquei alguns quadros de lugar e pintei uma parede na sala, uma no quarto do meu filho e várias no meu quarto. Também acabo de iniciar uma reforma no quarto da minha filha menor, para traduzir e acolher melhor a nova fase de vida dela. E tenho desejo de reformar a cozinha. Será minha próxima meta…”, ela completa.

Joana se mudou de Recife para São Paulo em 1999, então ela passou basicamente metade de sua vida em cada cidade. Não por acaso, suas criações refletem essa rica mistura de referências: as cores e o calor do Nordeste estão sempre presentes em sua arte, mas ela também se inspira bastante na toada cosmopolita que São Paulo ecoa. “Meu trabalho é uma grande simbiose do que sou e minha casa funciona demais como palco desse trabalho. Me agrada ter minhas criações por perto. Elas são quase como uma família que me acompanha. Afinal, cada criação traduz uma fase da minha vida”, Joana fala.

Por ser uma artista tão múltipla, Joana frequentemente flerta com a decoração em seus projetos criativos. Ela já chegou a desenvolver, por exemplo, coleções de louças, estampas de papel de parede, roupas de cama e até ladrilhos hidráulicos. Tudo com seu olhar colorido e festivo. Aliás, a cor para ela é essencial – na casa e na vida – por isso uma das transformações que a moradora decidiu fazer durante o isolamento foi pintar a parede da sala com o tom Terra Roxa, da marca Suvinil.

“Ter tido a oportunidade de mudar as cores dos ambientes nesse momento tão delicado das nossas vidas representou um renascimento, uma novidade, um respiro. Impactou diretamente no astral da casa. Tenho muitas plantas na sala e escolhi o Terra Roxa porque achei que ele traria mais aconchego e também faria um lindo contraste com o verde da vegetação. Estou apaixonada por essa cor”, ela conta.


Espaçosa e multifuncional, a sala é um dos lugares mais aproveitados por Joana e seus filhos. “É onde tomamos sol esticados no tapete; é onde dançamos; onde assistimos filmes esparramados no sofá; onde trabalho na mesa principal; onde fazemos almoços quando amigos e família vêm nos visitar… e agora na pandemia é também onde faço meus treinos e cursos”, ela diz. Estar num ambiente tão especial fica ainda mais gostoso quando a decoração é preenchida por itens com valor afetivo – e olha que são muitos. Do sofá de couro, assinado pelo designer romeno Jean Gillon, que pertenceu à amada vovó Lilia e veio de Recife, até as obras de arte de amigos queridos, como Petrônio Cunha, Ivan Grilo, Patrícia Gouvea, Catarina Dee Jah, Bruno Farias, Joelson Gomes e Eudes Mota.

Para Joana, uma casa deve ter, em primeiro lugar, acolhimento. E em segundo lugar, alegria. E seu apartamento certamente está repleto com essas sensações e muitas outras. Em sua fase atual de amadurecimento e conexão, a única coisa que não muda nunca é o carinho que ela e os filhos têm por esse lar. * Quer se inspirar mais com essa história? Então não deixe de ver o Capítulo 2.

Fotos por Rafaela Paoli, do Estúdio Pulpo

Continua no Capítulo 2