Last Updated on: 15th fevereiro 2021, 01:36 pm

Em uma cidade como São Paulo, morar em uma casinha de vila é o sonho de muita gente, mas para a empresária Maria Fernanda, isso aconteceu meio por acaso. Enquanto estava procurando um apartamento para reformar, ela sem querer descobriu essa casa antiga em Pinheiros e seu olho brilhou: “Me apaixonei pela ideia de ter ainda mais liberdade para deixar o espaço do meu jeito. Até porque, ao reformar uma casa podemos mudar janelas e aumentar as portas externas, então temos mais opção”, ela diz.

Como seu plano já envolvia uma grande obra de qualquer modo, Maria Fernanda enxergou o sobrado antigo dos anos 50 como um mundo de possibilidades. A casa parecia pequena e um tanto escura, porém tinha todo o charme de estar em uma vila onde é possível ouvir os passarinhos e curtir a sombra das árvores. Isso já seria motivo suficiente para a moradora investir em uma transformação, mas ela tinha outra boa razão para confiar na reforma: o arquiteto Murilo Nogueira, do estúdio PARALELO

Maria Fernanda já conhecia o trabalho de Murilo de outros carnavais, pois ele foi responsável pela reforma de sua loja de sapatos, A Mafalda, que fica na Vila Madalena. Segundo ela, tanto as criações da marca quanto a casa refletem seu estilo descontraído, então seria impossível desassociar uma coisa da outra, por isso quis que o Murilo fizesse esse projeto também. “Meu trabalho influencia muito meu lar! Minha marca tem uma cara solar, divertida e atemporal e de certa forma eu trouxe todos esses elementos para minha casa”, ela conta.

Após seis meses de obra, Maria Fernanda se mudou para o sobrado trazendo seus objetos queridos, suas plantas e seus gatos debaixo do braço. Por fora a casinha manteve seu charme, mas por dentro aconteceu uma verdadeira revolução nos espaços. O antigo corredor lateral foi incorporado à sala para deixá-la mais larga; a edícula foi removida para ampliar o quintal; as janelas e portas foram substituídas por vãos maiores, trazendo mais luz natural; e a cozinha tornou-se um ambiente aberto sem barreiras visuais. E isso sem falar no andar de cima, que também passou por grandes mudanças. 

“Como a casa é pequena, quase todos os espaços foram integrados, então consigo aproveitar tudo. Adoro ler na sala ou na rede, gosto muito de cozinhar, cuidar das plantas e curtir o quintal com amigos. O único ambiente fechado que deixei foi meu quarto”, a moradora explica. Com tanta amplitude, quem entra pela sala já consegue espiar até o jardim dos fundos, onde Maria Fernanda criou um verdadeiro refúgio ao ar livre.

Para criar a decoração, a moradora foi seguindo sua intuição, sem buscar um estilo específico. Como muitas das peças vieram de seu antigo endereço, ela teve um bom ponto de partida: “Eu aproveitei todos os enfeites e objetos que já tinha, mas alguns dos móveis acabei trocando. Gosto de combinar velho com novo para deixar a casa mais descontraída”, ela fala. Os itens mais especiais foram herdados de família ou garimpados mundo afora. Maria Fernanda diz que os objetos trazidos de viagens mostram um pouco de quem somos e de onde estivemos, e essa mistura ajuda a compor a história da casa.

A casa da Maria Fernanda é definitivamente a realização de um sonho. Talvez um sonho que ela nem soubesse que tinha – essa coisa de querer morar em uma casinha de vila, com grama, árvore no quintal e os gatos passeando soltos por aí – mas agora comemora cada pedacinho desse lar e tudo de bom que ele carrega. * Ei, nosso tour ainda não acabou! Conheça o restante da casa no Capítulo 2!

Fotos por Maura Mello

Continua no Capítulo 2