Last Updated on: 19th março 2021, 09:37 am

Peças com memória afetiva se espalham pelo apê onde Tatiana e Fabrício vivem com o pequeno Max e o cachorro Bowie, no bairro de Higienópolis. Ali, cada um dos moradores tem a sua importância na rotina e na decoração do lar: enquanto Fabrício tem tendências mais minimalistas, Tati gosta de cores e adereços, Max enche os espaços com energia e brincadeiras e até o Bowie já deixou suas marcas registradas em alguns móveis. Atualmente, a família vive em seu terceiro endereço dentro dos últimos 5 anos, desde que decidiu morar apenas de aluguel. “Nos mudamos pois a proprietária do antigo apartamento queria vendê-lo e não estávamos interessados em comprar”, contam.

Na fase de busca, a boa localização e estado do apê eram requisitos, já que o casal queria continuar em Higienópolis, mas ao mesmo tempo sabia que muitos apartamentos ali, por serem antigos, não se encontravam bem conservados. Por fim, eles acharam o lugar ideal, que além de reformado, possuía a cozinha e a sala integradas, favorecendo a rotina de cuidados com Max, que ainda é bebê. “Conseguimos fazer tudo junto: ele brinca na sala, enquanto cozinhamos ou fazemos as refeições”, explica Tati, que adora cozinhar, mas não gostava de ficar isolada do restante da casa durante os preparos como acontecia no endereço antigo. Com a nova disposição, todo o espaço de convívio se tornou o coração do lar, onde, entre as atividades cotidianas, a família brinca, toca músicas, cozinha e dança.

Como a família levou os móveis que já possuía, o maior desafio para compor os espaços foi fazer tudo se encaixar e ter sentido em um contexto diferente.  Para isso, os moradores contaram com a ajuda de Lívia Amaral, da Casa Sopro, que os orientou na hora de pensar no lugar de cada peça e repaginar o astral do lar sem precisar de itens novos. Para preencher a parede e compensar o desapego de alguns quadros, que não combinavam mais com o clima do apê, uma manta comprada por Tati tempos atrás foi pendurada acima do sofá e prateleiras foram instaladas para armazenar livros e objetos especiais presenteados por amigos, como um boneco trazido da Itália, um enfeite da África do Sul e uma estatueta indiana do Buda.

“Nós gostamos de objetos com histórias e espalhamos eles por cada cantinho. O quadro da mesa de jantar foi trazido de uma viagem ao Japão que marcou muito a gente, e o pôster da sala, do Jimmy Hendrix, é da primeira viagem internacional que fizemos com o Max, para Londres”, eles contam. Por sinal, o quarto do pequeno não poderia ser mais especial: como não queriam que o cômodo ficasse temático e preferiam uma decoração mais neutra, o casal compôs o ambiente aos poucos, com peças que encontraram durante a gravidez. A maior atenção vai para os itens de crochê feitos pela própria Tati, como o móbile de balão, que antes enfeitava o berço e agora fica pendurado no teto: “Queria que o quarto do Max fosse único, e nada mais único do que fazer a sua própria decoração”, diz a moradora.


Para Tati, o apartamento representa um bom equilíbrio entre sua personalidade e a do Fabrício, sendo o gosto pelas plantas o maior ponto de convergência entre os dois. Além disso, o aconchego e a cara de casa se relacionam com as memórias construídas pelo casal, por isso eles gostam de se lembrar como cada coisinha foi parar ali: “Como nós mudamos muitas vezes de apê, acabamos carregando pedacinhos de cada um com a gente”, eles contam. 

Texto por Yasmin Toledo | Fotos por Ricardo Faiani