Last Updated on: 19th março 2021, 01:36 pm

O apartamento do recifense em São Paulo definitivamente não é um lar comum: apesar de ser advogado por formação, o morador é um grande entusiasta das artes e esse interesse está impresso em cada canto. De certa forma, o apê tem mesmo um clima de galeria, com iluminação em trilhos e toque minimalista na decoração, o que deixa os quadros e obras de arte serem as principais estrelas da casa. Não por acaso, Daniel é fundador da Galeria Base, com curadoria focada em artistas contemporâneos.

“O hábito de colecionar acompanha minha família desde a época do meu avô, mas minha relação com a arte sempre foi apenas como admirador e colecionador. Até que, em 2008, quando me mudei para São Paulo pela primeira vez, ampliei meu interesse e passei a frequentar galerias, museus e feiras. Comecei a me envolver com esse mercado e assim, de uma forma orgânica, passei a comprar e vender, tudo isso enquanto ainda advogava”, conta Daniel, que após algum tempo deixou a advocacia para se dedicar exclusivamente à arte. Aliás, foi justamente para abrir a Galeria Base que ele se mudou de Recife para São Paulo pela segunda vez, em 2016.

Na época, ele buscava um apartamento amplo, com bastante luminosidade e espaço, para que pudesse expor as obras de seu acervo e receber seus amigos e clientes. Foi assim que encontrou o apê atual, em Higienópolis, que já estava em boas condições, mas ainda precisava de alguns reparos, como restauração de pisos e uma pintura geral, inclusive nos azulejos da cozinha. Além desses pontos, Daniel contou com a ajuda de seu amigo Renan para idealizar a estante da sala, que acomoda muitos livros e objetos, e escolher o mobiliário composto por clássicos do design, como a mesa Guanabara, de Jorge Zalszupin, e o sofá Togo, de Michel Ducaroy.

Na decoração, o morador procurou criar uma harmonia entre as obras de arte e os móveis, misturando itens assinados com outros modernos ou garimpados, sem seguir um único estilo. Em cada cômodo foram usadas cores diferentes para criar também sensações distintas. “Tento não me prender a conceitos preestabelecidos. Quero uma casa com a minha cara, fugindo de modismos, com peças atemporais”, ele fala. Como gosta muito de suas obras de arte, mas não tem espaço para expor todas, rodízios periódicos estão sempre acontecendo. Entre toda a coleção, o recifense destaca uma de suas peças favoritas: uma tela do artista Cícero Dias, da década de 1940, período mais importante no trabalho do pintor pernambucano.

Entre todos os lugares de seu apê, Daniel tem como preferido a poltrona ao lado da estante da sala, onde pode passar horas lendo e escutando músicas, com a fiel companhia do cachorro Benício – que, aliás, desde que chegou fez com que o galerista curtisse ainda mais estar em casa. “Para mim, um lar é onde estão as coisas que me fazem feliz: meus amigos, meu cachorro e minhas lembranças”, ele diz.

Texto por Yasmin Toledo | Fotos por Felco