Last Updated on: 19th março 2021, 03:31 pm

Para a ilustradora Pri, o processo criativo de suas obras envolve introspecção e inspiração, por isso é na intimidade de sua casa, cercada de referências pessoais e na companhia de seus gatos, que ela se sente livre para criar e tocar seus projetos. Ali, tudo reflete sua personalidade, desde a presença da cor rosa, até os detalhes interessantes e os quadros de outros artistas pendurados pelas paredes. “Morar e criar estão completamente ligados na minha percepção. Já passei por momentos em que não tinha meu próprio espaço e isso me afetou a ponto de eu ficar anos sem desenhar. Hoje faço de tudo para que meu lar me traduza e esteja em constante evolução junto comigo”, ela conta.

Aliás, foi justamente pela necessidade de mais espaço para conciliar trabalho e morada que Pri decidiu se mudar, há 3 anos. Em seu apê atual, no bairro da Aclimação, a metragem mais ampla possibilita não só uma vivência confortável, como a tranquilidade e sossego tão favoráveis para seu processo artístico: “Logo que entrei nesse apartamento pela primeira vez, soube que seria minha nova casa. Lembro de ter me apaixonado pelo piso da sala e pela luz que entra à tarde. Como é um imóvel amplo e com paredes brancas, tudo fica muito claro e arejado”.

Como não houve necessidade de grandes reformas, as maiores mudanças responsáveis pelo novo clima no apê se deram à base de tinta, com a pintura das paredes e portas. E já que a arte tem um peso especial na vida da ilustradora, até mesmo na hora de decorar os quadros funcionaram como ponto de partida:

“Pra mim, um lar precisa basicamente de pessoas, plantas, bichos e arte. Eu muitas vezes baseio a decoração do ambiente em alguma obra que quero pendurar. Aqui em casa os quadros foram as primeiras coisas a serem colocadas, eles têm um papel fundamental na disposição e escolha dos móveis e objetos. A maioria é presente ou vem de trocas de trabalhos. Fazemos um amigo secreto entre artistas no final do ano, em que cada obra é feita especialmente para a ocasião. Por isso, tenho diversas peças originais e o intuito é fazer essa pequena galeria afetiva crescer cada vez mais. Também tenho artes de outros ilustradores que admiram o meu trabalho e me mandam os seus. Tem muito carinho nessa troca”, Pri explica.


Entre os móveis, a cadeira antiga de madeira na mesa de jantar é um dos itens preferidos da moradora: “Eu tenho um carinho muito grande por ela, pois foi um presente do meu pai e tem bastante valor emocional. Acho que as casas têm que ter um pouquinho de cada pessoa que é importante pra gente”.

Em seu apartamento, Pri valoriza os sentimentos de acolhimento e simplicidade: “Pra mim, não faz sentido ter um lugar em que as pessoas precisam se vigiar o tempo todo, não fiquem confortáveis. Uma casa deve ser usada, vivida, experimentada… e não ser imaculada”, diz. Para ela, alguns rituais como cuidar das plantas e cantarolar ao som de Bethânia são os responsáveis pelo astral do apê, mas é a presença dos gatos que faz dele um verdadeiro lar: “Nada como chegar em casa e ter alguém te esperando!”

Texto por Yasmin Toledo | Fotos por Gisele Rampazzo