Last Updated on: 17th fevereiro 2021, 06:40 pm

Afeto, acolhimento e respeito à própria identidade. Esses são os sentimentos refletidos no lar da Stephanie e do Tulio um apê de 100m² no bairro de Higienópolis. O casal vive no espaço desde o começo do ano, quando se mudaram com a proposta de transformar um apê antigo e sem vida em uma casa cheia de significado. E eles não foram desacompanhados: a família só se completa com a presença do cachorro Basquiat. “Brincamos que ele manda em nós… o Basquiat corre, dorme nos cantinhos, pula na cama, no sofá, nos persegue por todos os cômodos. Ele teve medo na época da mudança, mas ao entender que a casa era nossa, ele se tornou um dos que mais aproveita o ambiente e a vizinhança”, conta o casal.

Por todos os cômodos, a influência das cores ajuda a criar os climas e sensações que os moradores desejavam. No quarto, por exemplo, como a janela é bem grande, eles optaram por uma cor mais fechada nas paredes, deixando tudo propício para que o escurinho dure um pouco mais durante as manhãs sonolentas dos finais de semana. 

Além disso, outras pequenas adaptações envolvendo tintas também foram importantes para o visual do quarto. “Mudamos a cor do guarda-roupa para ele ficar menos pesado no ambiente, invertemos a cama para não ficar apertado, ampliamos o espaço trocando o tom do piso e assim a varanda ficou incluída numa coisa só. As plantas trazem vida, assim como os tapetes, o detalhe do puxador, a rede… tudo é bem pontual, mas o que fecha é o quadro que compramos por 20 reais num bazar e fica em cima da cama. Acho ele lindo e adoro vê-lo refletido no espelho”, Stephanie fala.

No espaço ao lado, os moradores criaram um quarto de estudos, onde guardam os muitos livros que possuem. O amarelo e o roxo das paredes descontraem a seriedade do escritório e uma varanda interna com divisória é a prova de que os estudos e o descanso podem conviver lado a lado. “Como é a única varanda com divisória, pensei que podíamos aproveitar. Dei o nome de cantinho da cerveja, pois pensei em um lugar onde gostaria de relaxar no entardecer em um final de semana, ali ao lado dos livros, olhando a árvore de fora e descansando…”, lembra a moradora.

Na casa, grande parte dos objetos, enfeites e até mesmo as tintas são frutos de garimpos pela cidade: “É uma diversão para mim andar, procurar e descobrir coisas que não imaginava e mesmo assim saber que ficarão legais”, Stephanie diz. Os tapetes da parede do corredor, por exemplo, são originalmente feitos para ficar no piso de portas de entrada, mas ela percebeu que ficariam legais pendurados também e não teve medo de arriscar. A tinta vermelha que tinge meia parede foi outra pechincha e ajudou a transformar esse canto da casa rapidinho.

No dia a dia, assim como na decoração – que está em constante construção – o casal se diverte com suas diferenças e semelhanças, tornando a convivência leve e cheia de experiências. “Eu sou mais analógica e o Tulio é o cara que quer todas as tecnologias lançadas pelos chineses e americanos. Só que a gente divide até as roupas, temos gostos parecidos e, apesar de às vezes desconfiar a princípio, ele adora minhas intervenções estéticas”, brinca Stephanie. “O Basquiat complementa tudo, mas acho que a gente ir experimentando, testando cores, olhando, martelando e até mesmo errando juntos, foi o que criou algo tão nosso… e que faz da nossa casa um lar”.

Fotos por Rafaela Paoli