Last Updated on: 19th março 2021, 04:26 pm

A arquiteta Carol e o engenheiro Willian não pensavam em mudar de endereço quando uma corretora já conhecida os procurou para apresentar um apê disponível no Itaim Bibi. Só por curiosidade, os dois resolveram visitar o tal lugar, e nisso tiveram uma boa surpresa: “Ela disse que havia encontrado um apartamento com a nossa cara e, assim que entramos, logo entendemos o porquê”, eles contam. O pé-direito alto, as paredes grossas, a iluminação natural e o piso original da cozinha os deixaram apaixonados. Mesmo bem acomodados em outro imóvel na época, bastou essa primeira visita para que o casal já saísse decidido a preparar toda a papelada para o novo aluguel.

Naturalmente, alguns aspectos do apê ainda precisavam ser adaptados, tanto na modernização da estrutura quanto para o casal conseguir imprimir seu estilo na casa. O grande desafio acabou sendo fazer tudo isso sem que fosse necessário gastar muito, porém com boas ideias, referências e garimpos, Carol e Willian encontraram ótimas soluções para deixar o espaço com o jeito deles. Ainda que o banheiro tenha passado por uma reforma completa, outros cômodos permitiram adaptações mais econômicas e igualmente criativas: “Na cozinha, pintamos as paredes com tinta epóxi na cor branca, trocamos as frentes dos armários e o charme ficou por conta da pintura azul que fizemos no teto. Já na sala, descascamos um pilar, deixando o concreto aparente, e usamos um trilho para iluminação sobreposta”, diz o casal.

Com o tempo, eles passaram a sentir falta de uma varanda e da presença do verde, então assim surgiu a ideia de colocar o papel de parede tropical na sala de jantar. Carol lembra que ficou bem receosa, pois gosta do efeito simples das paredes brancas, mas até hoje segue apaixonada pela escolha do papel e sem arrependimentos. Para completar o clima, muitas plantas se espalham por todos os cantos. “Elas estão se tornando um vício. Na hora da rega não penso em mais nada. Sinto a terra, tiro a poeira e vibro com folhinhas novas. Estou aprendendo a lidar com as espécies que tenho e me traz satisfação vê-las se desenvolvendo”, a moradora conta.

Como inspiração na hora de decorar, o casal não tem dúvidas de que suas viagens os ajudam a apurar o olhar e pinçar novas referências, mas a arquiteta ainda evidencia que o que mais enche seu coração é se deparar com casas repletas de alma quando visita familiares e amigos. Não à toa, essa busca por histórias está também na escolha dos itens do apartamento, desde os mais funcionais, como a geladeira original dos anos 50, até os decorativos, como as toalhas de crochê enquadradas e feitas à mão por mulheres de sua família.

Por conta de suas profissões, os dois moradores estão sempre em contato com novos materiais, acabamentos e inspirações, mas, ao mesmo tempo em que vivem cercados por infinitas possibilidades, eles dizem que o que mais querem ao chegar em casa é um respiro. Por isso, o casal optou por não definir um estilo para a decoração do apê, deixando tudo acontecer de forma orgânica, priorizando a claridade, o conforto e o acolhimento.

Para Carol e Willian, viver em um apartamento alugado não impede o sentimento de pertencimento e muito menos justifica tratar a casa como algo provisório: “Lar é o lugar onde nos encontramos ao fim de todos os dias; para onde gostamos de voltar depois de cada viagem… é onde recebemos amigos, com música e comida gostosa. Não são as coisas que ali estão que fazem da nossa casa um lar, mas sim a história de como elas chegaram até ali”, diz o casal.

Fotos por Ricardo Faiani