Last Updated on: 27th maio 2021, 08:39 am

Pequeno, aconchegante e cheio de boas energias. Assim é o apê alugado do diretor criativo Felipe, no bairro de Pinheiros. Antes de se mudar para lá, ele viveu um período como nômade, viajando pelo globo sem destino certo. Por um lado, a experiência ampliou sua visão de mundo, mas por outro, a sensação de estar em casa passou a ter ainda mais valor. Quando decidiu que São Paulo seria sua nova cidade, ele já tinha em mente que se mudaria para o endereço atual: “Eu vi esse apartamento quando fiquei hospedado em um Airbnb no mesmo prédio e me apaixonei. O mais louco é que esse pedaço do bairro é super concorrido, por ter edifícios baixinhos com cara de casa. Acredito que a minha paixão e meu pensamento conseguiram segurá-lo por 3 meses sem alugar, até eu ter a certeza que realmente moraria em SP”, ele conta.

Como ele trabalha em casa, o maior desafio foi deixar tudo pronto e confortável o mais rápido possível. O fato de o espaço não ter precisado de reformas ajudou bastante no quesito do tempo, mas não evitou que alguns episódios tensos acontecessem: “Num dia o instalador do guarda-roupa perfurou um cano de água, e uma semana depois o instalador da persiana atingiu um duto de gás. Acabei tendo duas pequenas obras inesperadas em menos de um mês. De resto, eu não mudei absolutamente nada. Ele estava prontinho”, explica.

Na hora de decorar, o trabalho do morador na área criativa acabou influenciando positivamente o clima do ambiente. Felipe foca sua atuação profissional no resgate e na materialização da essência de pessoas e marcas, e acredita que acabou fazendo isso também com o seu espaço, evidenciando no lar a sua parte mais  leve, conectada e vibrante. Antes do período que passou viajando, ele vendeu a maioria de seus pertences, incluindo todos os móveis, então uma solução boa que conseguiu para comprar tudo de uma vez só sem precisar investir tanta grana foi procurar peças bonitas em lojas e brechós de usados. O armário que divide a sala do quarto, o sofá e as cadeiras são alguns dos itens adquiridos de segunda mão.

Viver de aluguel não foi empecilho para adaptar a morada para suas demandas estéticas e práticas. Para dividir o quarto da sala, uma estante alta faz as vezes de uma parede; na cozinha, uma ilha central móvel fornece apoio e completa o ambiente; e no quarto, o diretor guarda seu truque favorito: “O DIY que mais gosto é o guarda-roupas. Me inspirei na casa de um amigo e fiz um desenho com barras de ferro presas na parede, suportes de ferro e prateleiras de MDF preto. Depois comprei containers plásticos e usei para guardar as coisas que não ficam penduradas. Foi uma ideia acessível e super fácil de montar”.

Além disso, quase todas as paredes ganharam quadros, enchendo o apê de cores e estímulos. A preferência por novos nomes do design e da arte pode ser notada nas peças de artistas como Felipe Morozini, Henrique Stabile, Bruno Jahara e Heloísa Galvão. Uma das mais queridas pelo morador é a pintura de seu cachorro, Otto, assinada por Marcelo Stockler. A obra, que fica ao lado do sofá, faz parte de uma série em que o artista retrata cães de acordo com traços de suas personalidades.


Felipe acredita que estar em uma casa alugada não deve impedir nenhum morador de se sentir acolhido, por isso ele faz questão de imprimir sua essência em cada milímetro de seu lar.  Para além do visual, seu apartamento está sempre tomado pelos aromas de suas plantas, incensos e óleos.  E o segredo para manter sua casa sempre aconchegante e com personalidade está em sua busca constante por inspiração:

“Enquanto estou de olho aberto, ou até fechado em um ritual espiritual, meu radar está completamente conectado com tudo que está ao meu redor, filtrando todas as informações. Gosto muito de viajar, invisto muito nisso, porque me encantam as diferenças de comportamento e cultura. Acho que meu lar tem um pouco de tudo isso”, revela.

Fotos por Isadora Fabian, do Registro de Dia a Dia