Last Updated on: 16th agosto 2021, 06:01 pm

Não dá para negar que a casa da jornalista e editora da revista portuguesa Observador Lifestyle, Ana Dias Ferreira, é uma casa cheia, como ela mesma diz. Cheia de livros, cheia de quadros, cheia de brinquedos do seu filho Miguel, cheia de gatos (são 2 ao todo)… mas, principalmente, cheia de afetos. Porém, é verdade também que a moradora pensou em muitas soluções para manter a organização e aproveitar ao máximo o espaço, que não é dos maiores. Para conseguir acomodar tudo isso, ela optou por encomendar móveis sob medida para todos os ambientes. As estantes da sala, o closet que vai até o teto, o roupeiro do Miguel e até a cama (com gavetas na parte inferior). “Um truque para não encher demasiado o apartamento e manter a luz que me apaixonou desde o primeiro dia foi mandar fazer os móveis brancos, reservando a cor para os elementos que lhes coloco em cima”, explica.

Antes de Ana adquirir o imóvel, ele estava sendo usado como um ateliê pelo antigo proprietário, um arquiteto português. Por conta disso, não havia uma cozinha realmente montada, então foi preciso criar o espaço do zero. A moradora aproveitou a deixa para colocar em prática suas ideias: uma bancada em carvalho, armários brancos com portas de vidro, materiais naturais… seguindo o visual do restante da casa. Embutida no gabinete como a maioria dos modelos europeus, a lava-louças ganhou tinta de lousa na porta, assim Miguel já tem onde desenhar enquanto a mãe cozinha. O pequeno está naquela fase de introdução alimentar, então aos poucos vai descobrindo novos sabores – e isso tem tornado o momento de preparo das refeições ainda mais divertido para Ana.

A luz é uma das coisas mais especiais no quarto do casal. Novamente os moradores queriam uma decoração com pouca cor, despida de muitos elementos e bem relaxante – por isso o predomínio do branco. O papel de parede listrado deu um arremate à cama sem cabeceira, e o espelho sobre a cômoda serve como uma penteadeira – assim Ana pode se maquiar com a luz natural das manhãs. “É o meu cantinho de beleza”, ela fala.

Montado no lugar do antigo escritório, o quarto de Miguel nem parece ficar no mesmo ambiente – enquanto o home office era atulhado de coisas, o quartinho tem brancos e respiros. Na verdade, nem era bem um escritório, era mais uma sala com caixas e estantes para organização, por isso vivia com as portas fechadas. Primeiro foi preciso liberar a área, o que incluiu encontrar novos donos para os móveis que estavam ali e doar parte dos livros para uma biblioteca do bairro. Quando o espaço estava finalmente livre, o casal aproveitou para pintar tudo novamente e instalar o armário com uma parte aberta para os títulos infantis. “Acho que o quarto não é muito de bebê, nem muito de menino ou menina, e vai crescer facilmente com o Miguel. Pela disposição da casa, conseguimos ver uma das paredes a partir da sala e, coincidência ou não, é uma parede que eu adoro, com o berço de inspiração nórdica e a tapeçaria da marca GUR, que os amigos do Jorge nos ofereceram quando Miguel nasceu. Resultado: agora temos sempre a porta aberta!”.

Para Ana, o lar deve ser um lugar com vida e história. Ela costuma dizer que acha muito bonitas as casas minimalistas, mas não conseguiria viver em uma, porque seria como estar em um museu. “Gosto de estantes cheias, de quadros, de plantas, de objetos com uma memória (podem simplesmente ter sido comprados em um dia bonito), de peças com algum sentido de humor, e tudo isso confere personalidade. Depois é só juntar umas almofadas, um tapete, umas velas, uma manta sempre à mão, e já fica aconchegante”, conta. Com uma infância marcada por lembranças felizes de brincadeiras partilhadas e momentos em família, hoje ela busca recriar essa sensação em seu lar – sobretudo agora que virou mãe. “Por isso é que há brinquedos e livros do Miguel espalhados pela casa”, ela brinca.

Fotos por Alessandro Guimarães