Last Updated on: 15th maio 2021, 07:02 pm

A história dessa semana é um pouco diferente. Ao invés de distribuir uma única casa em vários capítulos, vamos mostrar para vocês quatro casas em um só espaço. Como assim? A gente explica: o arquiteto Paulo se encantou por uma construção antiga em Pinheiros, mas a área era grande demais para apenas um morador, então ele resolveu criar uma espécie de mini vila, dividindo o terreno em 4 moradias independentes, mas que se conectam por meio do jardim. O resultado dessa empreitada rendeu belas amizades e um novo jeito de viver. Olha só!

Marcos é o vizinho da frente de Renata. Sua casa fica voltada para a varanda da amiga, então os dois podem interagir facilmente todos os dias. Aliás, foi essa integração com a área externa, somada à amplitude da sala, que levou o designer a optar por esse espaço em especial quando estava decidindo que parte ocuparia da vila. A cozinha também não tem barreiras, e coube até um ateliê para o morador no living – ou seja, sua escolha foi certeira. Aqui novamente as portas de vidro ajudam a amplificar a luz natural do térreo e deixam as plantinhas do jardim sempre à vista, porém essa casa, diferente da de Renata, segue uma linha mais industrial.

Ao descrever o projeto, Paulo explica que essa casa foi a que recebeu a maior intervenção estrutural de todas, porque originalmente tinha muitos cômodos separados e sua ideia era fazer um grande loft, com essa sala maior que se abre totalmente para a varanda. A reforma envolveu a retirada de diversas paredes, então foi preciso instalar vigas de aço para segurar o peso da casa de cima sem riscos. “Por terem um porte mais parrudo, as vigas trouxeram um toque industrial ao espaço”, define. Para suavizar esse visual e trazer aconchego, o arquiteto investiu em materiais e texturas, misturando a rusticidade dos tijolinhos pintados de branco ao charme do piso de madeira em padrão espinha-de-peixe.

Na decoração, a casa tem itens do acervo de Paulo somados às peças de Marcos. Como os dois namoram, essa fusão de gostos dá muito certo. O sofá, por exemplo, foi desenhado sob medida pelo arquiteto e o aparador de madeira de demolição também. Os abajures da marca Flos e a poltrona vermelha assinada por Pierre Paulin são lembranças que sobraram da época em que Paulo era mais ligado em design, e tem ainda outro xodó do casal: a luminária antiga de cobre. O restante dos móveis e objetos são garimpos de Marcos ou itens que ele mandou fazer.

Marcos diz que já foi muito mais apegado às coisas que acumulou ao longo da vida, mas agora vive uma fase mais clean. “Foi libertador conseguir trazer apenas alguns dos vários objetos que eu tinha. Tudo o que compõe minha casa é extensão da minha personalidade, então ela reflete também essa mudança”, conta. Se antes o morador guardava itens comprados em lojas, agora ele se interessa mais pelos cristais trazidos de Alto Paraíso de Goiás ou pelos pedaços de madeira encontrados em diferentes cachoeiras na Chapada dos Veadeiros. Certamente um novo olhar e uma nova energia. * Ei, o tour por essa mini vila ainda não acabou! Não perca a última parte, onde contaremos a história da quarta casa.

Fotos por Maura Mello