Last Updated on: 15th maio 2021, 06:54 pm

Quem entra no apartamento do Humberto no centro de São Paulo não demora muito para perceber que se trata da casa de um designer. Peças interessantes, protótipos e móveis com identidade própria se espalham por todos os espaços, deixando claro que ali a criatividade é sempre bem-vinda. Ao longo dos últimos 7 anos, o apê passou por algumas mudanças, acompanhando as diferentes fases do morador. “O tempo fez da minha casa um lar. É meu local de retorno, onde me sinto acolhido e onde guardo pedaços da minha história”, ele fala.

O designer explica que as cores, tão importantes em seu trabalho, também foram determinantes na decoração do apartamento. “Eu as vejo de forma intuitiva. Minha relação com as cores já mudou bastante ao longo do tempo. Já fui obcecado com azul, passei por uma fase dos verdes e hoje em dia estou mais eclético. O tom rosa do quintal foi uma surpresa para mim. Estava hesitante, mas depois de pintado me impressionei ao ver como a cor modificou o espaço”, ele diz. Humberto acredita que usar a intuição e ter coragem de fazer mudanças nos ambientes pode render resultados incríveis.

O quintal foi um dos detalhes que encantou o designer quando ele descobriu o apê, então era essencial que esse espaço fosse agradável e bem aproveitado. Uma das primeiras peças pensadas para essa área externa foi a mesa, adaptada por Humberto sobre a estrutura de uma antiga cama. Depois vieram as paredes coloridas, que ajudam a deixar o muro alto mais interessante; e por fim o sofá com estofado verde, instalado no local de uma bancada que era pouco usada anteriormente. Agora sim o morador pode receber com mais conforto – até porque sua mesa da cozinha é pequena, então nos almoços de finais de semana é no quintal que os amigos se reúnem.

Para deixar esse refúgio ainda mais gostoso, Humberto dispôs plantas de diferentes alturas pelos cantos do quintal. “As plantas são uma conexão com o natural e com a minha história que acho importante. Cresci em uma casa com jardim grande em Brasília e passei minha infância indo para a fazenda dos meus pais aos finais de semana.  Minha mãe é apaixonada por flores e meu pai coleciona orquídeas e bromélias. Acho que as plantas geram uma dinâmica que me interessa muito. Quando alguma delas floresce, o clima do quintal se transforma”, ele conta.

O quarto do designer traz um mix de garimpos. A cama foi comprada em um antiquário; a poltrona preta foi achada na rua de seu antigo estúdio, na Pompéia; e a mesa lateral que lembra uma piscina é assinada por seus amigos do Estúdio Rain. Na parede atrás da cabeceira, uma mudança recente transformou por completo o espaço: a chegada do papel de parede degradê da marca branco. papel de parede.Estava buscando uma textura diferente para o quarto quando me deparei com esse papel. Os outros cômodos possuem faixas pintadas ou paredes de cores sólidas. O degradê me interessou por ser mais suave, algo que achei que ficaria bem no quarto”, lembra.

Assim como no restante da casa, o escritório de Humberto reflete vários momentos de sua vida. A mesa de trabalho, por exemplo, foi presente de um ex-namorado que ia se desfazer do móvel; a cadeira é antiga e a princípio o designer tinha o plano de restaurá-la, mas acabou se apegando às marcas do tempo; e os livros o acompanham desde Brasília. A cômoda verde, que fazia parte do mesmo conjunto da cama, agora serve para guardar papéis e desenhos. Trechos queridos de uma decoração com história, mas sem muito segredo.

Fotos por Rafaela Paoli