Last Updated on: 19th março 2021, 06:22 pm

Azulejos portugueses na entrada, um piso de madeira bem conservado, esquadrias em arco, janelas charmosas… todos esses detalhes originais compõem a casinha antiga que fez Marcelo, facilitador de mindfulness, se apaixonar 8 anos atrás. Para não descaracterizar a arquitetura, ele evitou reformas nesse meio tempo: “Quando me mudei, a casa estava como está hoje. Amo esse estilo de casinha geminada. Essa é de 1943”, ele conta. Para completar, o sobrado no Jardim Paulistano ainda tem uma localização muito prática para o morador, e isso sempre conta mais pontos a favor.

Marcelo tem uma loja de design brasileiro, a Galeria Nacional, então a decoração é resultado de seu interesse natural pelo tema. “Design para mim é para facilitar a vida. A estética me atrai, sim, mas a funcionalidade vem em primeiro lugar. No começo a gente iniciou a curadoria com amigos ou amigos de amigos. Hoje quem cuida dessa parte é o Ricardo Bueno, que pesquisa bastante. Nosso foco são pequenos produtores locais que tenham produtos incríveis”, explica. É claro que algumas dessas peças acabam indo parar na casinha de Marcelo, como o banco Escher, usado de mesa lateral.

O morador diz que todas as peças têm histórias ou guardam lembranças de momentos muito especiais, como os retratos de família na entrada ou objetos trazidos de viagens. Visualmente, os móveis são mais básicos e de tons sóbrios, para que as paredes repletas de obras de amigos ou jovens artistas brasileiros possam se destacar. E, de fato, a coleção de Marcelo logo chama a atenção por seu caráter bem pessoal. “Sempre me interessei por esse assunto. Na faculdade, comecei a conhecer melhor a arte contemporânea. Estudei cinema em uma faculdade que tinha um curso muito bom de artes, assim acabei ficando amigo de vários artistas. Tenho alguns amigos galeristas também e fui sócio da SÉ Galeria, da Maria Montero. E sou muito fã dela.  O que mais me fascina é a construção das carreiras, as histórias amarradas…”, Marcelo fala.

A arquitetura de décadas passadas inspira o morador há bastante tempo, então ele fez questão de conservar as principais características do sobrado dos anos 40. Quando Marcelo era criança, no final dos anos 70, a casa de seus pais tinha móveis de alvenaria, comuns na época: sofás, prateleiras, mesas… hoje essa lembrança divertida é guardada com carinho na memória em meio a tantas outras. A harmonia entre a casinha antiga e a coleção de arte contemporânea prova que passado e presente podem, sim, coexistir.

Fotos por Gisele Rampazzo