Last Updated on: 15th maio 2021, 07:47 pm

Tudo tem uma história no apartamento da estilista Flavia e de seu marido Renato. Da toalha de mesa bordada que foi uma herança da avó da moradora até a fotografia sobre a cama, clicada por Caio Ramalho no Vale do Urucuia durante uma viagem de pesquisa de Flavia. Mais do que um refúgio onde o casal constrói uma vida leve e desacelerada, o apê é também um lugar de inspiração.

“Eu sempre vejo um novo detalhe na casa. Ela me passa essa sensação de acolhimento, de pertencimento.  Me sinto segura e feliz aqui.  E cada flor que nasce de surpresa, cada livro novo que coloco na estante, ou uma concha que trago da praia me inspiram. Acho muito importante um ambiente bonito e harmônico para estimular o conforto e também a criatividade. Quando posso ficar sem sair uns dois dias direto, me vejo extremamente criativa, com milhões de ideias. E tenho vários projetos em casa: eu bordo, faço tricô, pinto e desenho. Também tinjo, claro!”.

Flavia ama cozinhar e sua família tem o hábito de se reunir ao redor da mesa para longos almoços e jantares, então para ela a cozinha é um espaço bastante especial. É ali que a moradora organiza seus temperos trazidos de diversos lugares do mundo, como Peru, Índia, China, Finlândia, Pará, Bahia… e também onde usa potes e bowls de cerâmica que ela mesmo faz. “A cerâmica é realmente uma oportunidade linda de imprimir meu estilo, o que sinto, e como vejo a casa”, explica. O azul claro dos armários também foi uma escolha de Flavia e casa bem com o piso de ladrilhos hidráulicos amarelos e antiguinhos.

“Acho que cozinha é arte e terapia tudo junto. Cozinhar é um momento afetivo muito importante. Nos nossos aniversários sempre chamamos amigos e família e fazemos comida para 50 pessoas. Para mim é fundamental que ela seja integrada com a sala de jantar, porque a gente cozinha e conversa o tempo todo. Minha mãe sempre foi muito de cozinhar no final de semana. Nunca fomos uma família de ficar indo em restaurante. Isso era, e ainda é, incrível. Porque ficar na cozinha é criar vínculo, afeto. É aprender e ensinar. É um pouco do que vivo no meu trabalho também. Que é cozinhar cores, tecidos, memórias…”

O quarto do casal também foi decorado com simplicidade e sentimento. Pendurada sobre a cama há pouco tempo, a fotografia não apenas desperta as memórias da viagem ao Vale do Urucuia: “Essa foto me faz sentir em paz. Representa o universo inteiro e ao mesmo tempo um lugar especial no meu coração”, Flavia diz. A cômoda branca, comprada em uma loja de móveis usados, serve de apoio para quadros, livros e outros pequenos objetos queridos.

Quando o assunto é decoração, a moradora acredita que é importante experimentar. “Eu sou super sensorial, sabe? Vou testando e vendo o que fica bom, o que me faz sentir bem”, conta. Flavia também fala que o amor presente nas plantas, nas comidas e nos objetos é o que faz de sua casa um lar – e dá para sentir esse amor só de passar pela porta, não dá?

Fotos por Gisele Rampazzo