Last Updated on: 4th maio 2021, 01:41 pm

Reformar e reconfigurar os espaços, porém respeitando a arquitetura original do prédio. Foi esse o plano dos arquitetos e professores João e Juliana na obra realizada em seu apartamento em São Paulo. Os ambientes já eram bem posicionados, mas o casal aproveitou para ampliá-los ainda mais removendo algumas paredes: “Abrimos um dos quartos para a sala em todos os lugares possíveis, permitindo diferentes passagens, e fizemos aberturas entre a sala de jantar e a cozinha”, o morador conta. * Ainda não viu o Capítulo 1? Então clique AQUI para não perder o começo da história.

Sem paredes, o terceiro quarto foi transformado em um escritório com uma mesa de trabalho generosa onde João e Juliana preparam suas aulas. “Ter esse espaço compartilhado tem sido uma experiência interessante, pois além de nossos trabalhos individuais, eventualmente também desenvolvemos parcerias em projetos específicos”, eles explicam. Os livros ocupam todos os cantos da casa, mas no escritório a maior parte deles encontrou refúgio na estante desenhada pelo casal. Assim tudo fica mais organizado no dia a dia.

Encontro de referências | Capítulo 2

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A cozinha é tão colorida quanto o restante do apartamento e tem como protagonista o armário de compensado naval revestido com fórmica roxa – mais uma criação dos moradores. Durante a reforma os arquitetos inverteram a posição da bancada da pia, mas mantiveram o fogão sob a janela em seu lugar original, pois gostam de cozinhar olhando para fora. A decoração tem elementos simples que trazem graça ao cotidiano: a coleção de garrafas de vidro do João, o móvel com portas de cortininha, a mesinha feita pelo casal e trazida de seu antigo endereço…

Outro achado divertido são as cadeiras vermelhas com estrutura tubular – as peças foram compradas em um posto de gasolina na beira da estrada para Ouro Preto. “O posto estava se desfazendo de alguns móveis. Nós passamos por lá e achamos as cadeiras incríveis, então trouxemos as duas. Como a maior parte dos ambientes da casa, a cozinha acabou sendo composta meio por acaso, como uma junção de coisas que tínhamos com coisas que foram aparecendo pelo caminho”.

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Se em todo o apartamento a espontaneidade é o que dita a decoração, isso fica ainda mais nítido no quarto do casal – segundo eles, esse é o espaço menos ‘acabado’ da casa. As paredes continuam brancas e com poucos quadros porque os moradores ainda não decidiram o que poderia fazer sentido ali, mas a cortina e a roupa de cama tratam de trazer cor e estampa ao conjunto. Os únicos móveis que foram desenhados e pensados para esse cômodo são a cama, que é um projeto do escritório onde Juliana trabalhou durante 10 anos, e as prateleiras que acomodam mais uma parte da coleção de livros.

João e Juliana são pais do pequeno Otto, de quase 2 anos, então o segundo quarto do apê é ocupado por ele. “Não queríamos configurar o quarto dele com coisas muito definitivas de bebê, como papéis de parede e etc., pois as fases vão passando rápido e queríamos ter mais liberdade para ir montando o espaço à medida em que ele fosse crescendo. Por isso optamos por não produzir muito e deixar o ambiente mais neutro”, eles dizem. Para aproveitar o pé-direito alto e as paredes livres, os arquitetos penduraram móbiles coloridos no teto e muitos quadros, em sua maioria feitos especialmente para o Otto por amigos queridos ou por Juliana.

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Autêntica, colorida, cheia de coisas… com muita informação de arquitetura, mas também com delicadeza nas escolhas de cada peça exposta. Divertida, diferente, ousada… em constante transformação. A casa de João e Juliana é singular e tem a cara deles, mas talvez sua melhor característica é ser uma casa viva.

Fotos por Gisele Rampazzo