Last Updated on: 16th abril 2021, 01:59 pm

Apartamentos antigos costumam vir acompanhados de alguns inconvenientes: um piso não tão legal, azulejos pouco conservados, paredes desnecessárias, ausência de tomadas e por aí vai. Quem pode, reforma tudo de uma só vez, mas quem não tem essa opção faz como a arquiteta Nara, do Gema Arquitetura, que conduziu a obra de seu apê em diferentes etapas. Mesmo sem terem concluído todas as mudanças que têm em mente, a moradora e seu marido, o consultor Luís, conseguem se enxergar nos detalhes de cada ambiente. Ainda não leu o Capítulo 1? Então clique AQUI para ver a matéria completa.

Para fugir dos custos altos e realizar a reforma da cozinha sem demora, a arquiteta foi bem objetiva em seu projeto. Os antigos azulejos foram cobertos com massa e tinta branca, evitando o quebra-quebra da demolição, e a parede sobre a bancada da pia recebeu pastilhas de vidro neutras. Os armários também são novos e quase todos os módulos são brancos, com exceção do nicho superior pintado com laca azul brilhante. Para incrementar o espaço, a moradora revestiu uma das paredes com uma estampa divertida em preto e branco e criou a banqueta de madeira com pés coloridos.

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Realizada há poucos meses, a fase mais recente da obra transformou a pequena varanda, trazendo uma energia renovada para esse canto do apê. As mudanças foram pontuais, mesmo porque o ambiente é realmente compacto, porém já conseguiram deixar o lugar mais prazeroso: “Trocamos o piso e desenhei uma nova porta com fechamento de vidro. Agora estamos curtindo ainda mais cuidar das plantas. Fomos aumentando a quantidade de espécies com o tempo, mas ainda temos espaço para mais.”, Nara brinca. A trepadeira que nasce na jardineira e aos poucos serpenteia pela fachada do prédio é prova de que todo esse cuidado está dando certo.

Além de ser aberta para a sala de jantar, a varanda possui uma janela que a liga ao escritório e também permite que os moradores espiem um trechinho do quarto. Ou seja, mesmo com as paredes originais da planta, o apartamento se integra visualmente em alguns pontos. O home office foi planejado para Nara trabalhar nos primeiros meses em que estava em São Paulo, porém o ambiente logo se transformou em uma sala de TV que cumpre a função de quarto de hóspedes para os amigos mineiros.

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No quarto do casal o que mais chama a atenção é o guarda-roupa no corredor de entrada, pintado de amarelo assim que Nara e Luís se mudaram para o apê. Os tapetes persas, com seus tons avermelhados e estampas étnicas, são herança dos tempos em que os pais do morador moravam no Iraque. Outras cores alegres aparecem na roupa de cama, nos livros e nos quadros sobre o aparador de madeira e laca preta, uma invenção da moradora: “Desenhei esse móvel para organizar e criar um apoio bonito no quarto.”, explica.

O apartamento de Nara não é apenas um reflexo de seu olhar de arquiteta. Com muitas referências misturadas, ele representa seus momentos de vida ao lado de Luís, as coisas que foram comprando aos poucos, os objetos que ganharam dos familiares, as peças encontradas por acaso em viagens a lugares distantes… a decoração reflete seu esforço, seu trabalho e seus gostos pessoais. “Amamos chegar em casa. Mas não amo tudo o que está aqui: mudaria algumas coisas, faria diferente outras. Eu gosto desse processo de construção, modificação, troca… essa história da casa ser meio viva.”.

Fotos por Rafaela Paoli