Last Updated on: 21st abril 2021, 02:47 pm

O arquiteto Jr. Zangari nunca foge de uma reforma, principalmente se ela envolve grandes mudanças. Talvez isso explique porque ele se interessou tanto por uma casa dos anos 70 na Vila Madalena – mesmo estando longe do ideal na época da compra, o imóvel antigo apresentava muitas possibilidades. Usando acabamentos simples e com um pézinho no estilo industrial, o morador revitalizou o sobrado e trouxe personalidade aos espaços. Se você ainda não viu a primeira matéria que fizemos sobre essa história, leia aqui o Capítulo 1.

Além da construção principal, que concentra a sala integrada no térreo e os quartos no andar superior, o terreno tem também uma pequena edícula nos fundos com área de serviço e um cômodo extra. Apesar de compacto, esse ambiente foi transformado em escritório pelo morador e acomoda perfeitamente sua mesa de trabalho e as poltronas vintage garimpadas em uma agência do extinto Banco Sudameris. Acessado pelo corredor lateral no quintal, o home office permite que o arquiteto receba clientes e fornecedores à vontade. “Gosto de sentir que estou um pouco fora da casa, em contato com a luz natural, as plantas, o som dos pássaros… Isso me traz liberdade.”, revela ele.

Para aproveitar ao máximo as áreas ao ar livre Zangari fez alguns ajustes na laje sobre a edícula, criando ali um solário para ele e sua filha Alice, com direito a chuveirão, vasos de plantas e parede verde com tinta de lousa. Os desenhos da menina com giz alegram o espaço e só saem de cena quando a chuva lava tudo, trazendo de volta a ‘tela em branco’. O piso de cimento queimado é o mesmo utilizado no restante do quintal – além da textura e da baixa manutenção do material, o morador o escolheu para que não competisse com o revestimento de tijolos de azulejos existente nas paredes externas. Tingidos de preto, os canos aparentes e as janelas ganham destaque na fachada branquinha.

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Tanto no quarto de Zangari quanto no dormitório de Alice, a simplicidade dá o tom. Em ambos o cimento queimado aparece novamente, porém dessa vez é suavizado por tapetes que trazem aconchego; os armários embutidos são originais e foram pintados de branco e os acessórios surgem de forma pontual, sem excessos. “Gosto de dormir em um ambiente sem muita informação, apenas com uma cama boa para deitar e um abajur para ler. Minha filha, que está na fase de transição de criança para pré-adolescente, também me pediu um quarto branco, com os móveis que ela mais gosta e que compramos juntos.”.

O banheiro é um capítulo à parte. Apesar de ter sido totalmente reformado, ele continua com um visual antiguinho – a cuba com desenho vintage traz essa sensação, junto com os azulejos brancos e a mesa de apoio de metal envelhecida. Durante a obra o arquiteto reaproveitou o vidro do box, que possui detalhes únicos e não é mais produzido atualmente, e o readaptou em uma nova estrutura. Para completar, um deque de madeira comprado pronto e o teto pintado de preto trazem um clima gostoso de acolhimento.

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Aconchegante, a morada de Jr. Zangari e Alice têm cômodos funcionais, confortáveis e iluminados, mas ela vai muito além da decoração e da distribuição de espaços. “Essa casa somos nós: desde a escolha dela e do bairro até os móveis garimpados e as pequenas coisas que nos acompanham.”, resume o morador, orgulhoso da mistura que conseguiu fazer entre as histórias que já passaram pelo endereço e as muitas que ainda virão.

Fotos por Isadora Fabian